Durante sessão da CPI do Crime Organizado, o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, solicitou ao Senado um aumento de 38% no orçamento da PF para o próximo ano e defendeu a necessidade de dobrar o efetivo atual da instituição. Ele afirmou que o orçamento de R$ 1,8 bilhão não é suficiente para enfrentar facções criminosas e pediu que o valor seja ampliado para R$ 2,5 bilhões.
O dirigente explicou que a ampliação dos recursos permitirá fortalecer as FICCOs, forças-tarefas de combate ao crime organizado que reúnem policiais federais e estaduais. A audiência foi a primeira da CPI após operações no Rio de Janeiro que resultaram na morte de 121 pessoas.
Rodrigues também criticou pontos do PL Antifacção em análise na Câmara, afirmando que o texto pode reduzir fontes de financiamento da PF e gerar conflitos legais que prejudicariam investigações. Segundo ele, mudanças propostas no projeto podem criar confusão processual e comprometer a atuação contra organizações criminosas.
Sobre o efetivo, o diretor-geral destacou que a PF conta com 13 mil policiais e 2 mil servidores administrativos. Com novos concursos, o total pode chegar a 15 mil, mas ele defende que o número deveria ser o dobro para atender às demandas crescentes. Ele lembrou que além das investigações, a PF atua no controle de armas, emissão de passaportes, fiscalização de produtos químicos, segurança bancária e imigração.
Ao responder questionamentos do relator Alessandro Vieira, Rodrigues afirmou que as prioridades no enfrentamento às facções são a descapitalização das organizações, a prisão de suas lideranças e maior integração entre as polícias. Ele informou que bens apreendidos passaram de R$ 1 bilhão em 2022 para R$ 6,4 bilhões em 2024, com expectativa de alcançar R$ 9 bilhões em 2025.
Rodrigues ressaltou ainda que a integração entre forças federais e estaduais vem avançando, mas pode ser aprimorada. Para ele, a PEC da Segurança tende a fortalecer essa coordenação ao ampliar o papel da União.
O diretor-geral também alertou para os desafios da economia digital, citando fintechs e criptomoedas como fatores que facilitam transações ilícitas e exigem modernização das ferramentas de investigação. Ele afirmou que o Estado ainda opera de forma analógica, enquanto o crime organizado já atua plenamente no ambiente digital.


















