O ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Marques de Carvalho, afirmou nesta quinta-feira (2) que tomou conhecimento de descontos associativos irregulares a aposentados e pensionistas em março de 2024, após solicitações da imprensa.
Segundo Carvalho, desde 2019, equipes técnicas já demonstravam preocupação com os descontos devido a denúncias apresentadas à CGU.
“Desde 2019, foram mais de 11 reuniões do grupo de trabalho que discutia descontos associativos”, disse o ministro durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga descontos ilegais em aposentadorias e pensões.
Alerta
O ministro detalhou dois pontos de alerta identificados pela CGU: denúncias sobre os descontos e o aumento dos valores cobrados. Carvalho afirmou que teve ciência completa das irregularidades em março de 2024, em resposta a pedidos via Lei de Acesso à Informação.
Antes das matérias jornalísticas, a CGU já monitorava esses descontos em auditorias de 2023 para 2024, totalizando mais de 600 análises.
“O que não se sabia era a dimensão do problema”, afirmou Carvalho, destacando preocupação com o aumento de entidades autorizadas a realizar descontos por meio de acordos de cooperação técnica com o INSS.
O ministro explicou que o crescimento dos descontos em 2022 e 2023 está relacionado ao cumprimento da lei orçamentária do governo anterior.
“Cheguei na CGU em 2023. Herdamos o plano de auditoria de 2022 e executamos em 2023. Nosso primeiro plano de auditoria próprio só foi feito em 2023.”
Sigilo
Carvalho comentou sobre a necessidade de sigilo em certas informações para proteger a investigação, garantindo que o relatório final da CGU foi publicado integralmente após operações da Polícia Federal.