Parlamentar afirma ter agido em legítima defesa após sofrer ofensas racistas; vídeo do confronto viralizou nas redes sociais
Assembleia Legislativa do Paraná tem até 90 dias para analisar a conduta do deputado
Na manhã desta quinta-feira, 20 de novembro, continuava a repercutir o episódio envolvendo o deputado estadual paranaense Renato Freitas (PT), filmado durante uma briga no Centro de Curitiba na quarta-feira (19). As imagens, amplamente compartilhadas nas redes sociais, mostram o parlamentar trocando socos com outro homem em plena via pública.
Segundo o próprio deputado, a briga teria começado após ele ser perseguido e ofendido por um motorista, que teria dirigido o carro em sua direção e proferido ataques de caráter racista e ideológico. Freitas afirmou que reagiu em legítima defesa diante das agressões verbais e físicas.
O caso já foi encaminhado à Comissão de Ética da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), que terá até 90 dias para avaliar se houve quebra de decoro parlamentar. O episódio reacende debates sobre violência política, racismo e segurança em espaços públicos, temas também acompanhados por leitores de editorias nacionais e regionais, como as atualizações em cenário político.
As imagens do confronto
Nos vídeos, é possível ver o deputado discutindo com o motorista antes que os dois comecem a trocar socos. Em um dos trechos, o parlamentar aparece dizendo “vamos, bonitão”, pouco antes de ser atingido no rosto e cair no chão. Após levantar, a briga continua, e o homem chega a provocar o deputado dizendo: “Você não é o famosinho?”.
Renato Freitas aparece com o rosto sangrando em uma das gravações. Ele sofreu ferimentos no nariz e precisou de atendimento médico. Não há atualização sobre o estado de saúde do outro envolvido.
Versão do deputado: “fui vítima de humilhação e racismo”
Após a repercussão, Freitas publicou um vídeo em suas redes sociais explicando sua versão dos fatos. Segundo ele, a confusão começou quando o motorista teria acelerado o veículo na direção dele e de uma amiga.
O deputado afirma que, ao olhar para o motorista, recebeu a reação agressiva: “Tá olhando o quê?”. A partir daí, segundo Freitas, começaram as ofensas raciais e ideológicas, seguidas pela descida do homem do carro e o início das agressões.
“Eu não aprendi a baixar a cabeça. Não me orgulho de brigar na rua, jamais. Mas hoje eu estava com uma amiga, também negra, e o cara veio para cima, tocou o carro na gente, xingou, e aí tudo aconteceu”, disse.
Freitas relatou ainda que situações de racismo marcaram sua juventude e que sua reação foi consequência de mais um episódio desse tipo: “Troquei agressões pelo mesmo motivo de quando eu brigava no ensino fundamental: humilhação, racismo, injúria, violência, agressão”.
Quem é Renato Freitas
Renato de Almeida Freitas Junior é professor universitário, advogado popular e pai de uma menina. Filiado ao PT, tornou-se conhecido nacionalmente por sua atuação em temas ligados à desigualdade, segurança pública e direitos humanos.
Nascido em Sorocaba e graduado pela UFPR, tem trajetória marcada por pesquisas nas áreas de Direito Penal e Criminologia. Antes de ser eleito deputado estadual, já havia atuado na Defensoria Pública do Paraná e disputado eleições municipais e estaduais.
Freitas já foi alvo de outras polêmicas na vida pública, e sua atuação costuma gerar debates intensos tanto na base de apoio quanto na oposição — reflexo das pautas sensíveis que aborda, frequentemente associadas à luta antirracista e à defesa de populações vulneráveis.
Conselho de Ética deve avaliar conduta
Após a divulgação do vídeo, a Alep informou que seguirá o rito padrão para casos envolvendo parlamentares. A Comissão de Ética poderá arquivar o caso ou recomendar punições que vão desde advertências até pedidos de cassação, dependendo da avaliação sobre o comportamento do deputado.
Nos bastidores, aliados afirmam que Freitas pretende apresentar testemunhas e imagens adicionais que reforçariam a alegação de que foi alvo de perseguição e ataques racistas.
Repercussão e debates
O episódio reacendeu discussões sobre incivilidade e violência no espaço público. Grupos de apoio ao parlamentar criticaram o que classificaram como mais um ataque motivado por racismo estrutural, enquanto críticos apontaram excesso na reação do deputado, por se tratar de uma figura pública.
Em outras regiões do país, como em áreas que também enfrentam discussões políticas intensas — incluindo estados como Mato Grosso — o tema repercutiu entre especialistas em comportamento político e movimentos civis.
Conclusão
O caso envolvendo Renato Freitas deve permanecer em destaque nos próximos dias, tanto pela investigação que será conduzida pela Alep quanto pelo impacto público gerado pelo vídeo. A discussão sobre violência, racismo e responsabilidade de agentes públicos promete se intensificar à medida que novas informações surgirem.
Continue acompanhando nossa cobertura para atualizações sobre o caso e outros temas do cenário político nacional.

















