Declarações de Trump sobre estrada da COP30 geram forte repercussão na imprensa brasileira e internacional

Fonte: Redação Internacional – CenárioMT

TRUMP E LULA
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante Encontro com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, durante o 47ª Cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático - FOTO: Ricardo Stuckert/PR

Governador Helder Barbalho rebate presidente americano e o convida para “um tacacá” em Belém; críticas tomam conta das redes e da mídia mundial nesta segunda-feira

As declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre a construção de uma estrada na Amazônia para a COP30, provocaram uma onda de reações que dominou o noticiário nesta segunda-feira (10).
Desde a publicação do comentário no domingo, em que Trump afirmou que o Brasil “destruiu florestas para construir uma rodovia para os ambientalistas viajarem”, o tema se tornou um dos assuntos mais comentados do dia em jornais, emissoras de TV e plataformas digitais no Brasil e no exterior.

O líder americano se referia à Avenida Liberdade, obra em andamento em Belém (PA), cidade que sedia a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP30, que começou nesta segunda. A publicação de Trump, acompanhada de um vídeo da Fox News, chamou o projeto de “grande escândalo”, levantando críticas e reações imediatas de autoridades brasileiras e de ambientalistas.

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Repercussão imediata: manchetes e reações em série

Portais como BBC News Brasil, O Globo, Estadão, Folha de S. Paulo e CNN Brasil repercutiram as falas do republicano ainda pela manhã, destacando o impacto diplomático do comentário e o fato de que Trump não enviou representantes de alto escalão dos Estados Unidos à conferência.
Na imprensa internacional, veículos como The Guardian, El País e Reuters também repercutiram o episódio, classificando a fala como “uma provocação política em meio à cúpula ambiental mais importante do ano”.

Nas redes sociais, o termo #TacacáGate passou a figurar entre os mais comentados no Brasil após a resposta irônica do governador do Pará, Helder Barbalho (MDB).

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“Em vez de falar de estradas, o presidente norte-americano deveria apontar caminhos contra as mudanças climáticas. Poderia celebrar a redução histórica no desmatamento da Amazônia. Ainda dá tempo de passar na COP30, presidente Trump. Esperamos você com um tacacá. É melhor agir do que postar”, publicou Barbalho no X.

A frase viralizou e foi reproduzida por dezenas de perfis oficiais, jornalistas e figuras públicas. O convite para um “tacacá diplomático” virou meme, pauta e protesto ao mesmo tempo.

Governo brasileiro e ambientalistas reagem

Em Brasília, integrantes do governo federal classificaram as declarações de Trump como “infundadas e distorcidas”.
Fontes do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima informaram que a obra não integra as 33 intervenções federais previstas para a COP30 e que o projeto da Avenida Liberdade é de responsabilidade exclusiva do governo do Pará, proposto em 2012 e licenciado de acordo com as normas ambientais locais.

Especialistas em diplomacia ambiental apontaram que o episódio reflete a nova postura isolacionista dos Estados Unidos sob Trump, que já havia anunciado a intenção de retirar novamente o país do Acordo de Paris, o principal tratado climático global.

“Trump usa esse tipo de narrativa para desacreditar o multilateralismo ambiental e enfraquecer a liderança de países como o Brasil nesse tema”, avaliou um pesquisador ouvido pela reportagem do CenárioMT.

Imprensa destaca contraste entre críticas e avanços ambientais no Pará

Enquanto a polêmica crescia, diversos veículos destacaram o avanço nos índices de preservação da Amazônia. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o desmatamento no Pará caiu 62% entre janeiro e outubro de 2025, o melhor resultado desde 2018.
Essa informação foi usada pelo governo estadual como resposta direta às críticas de Trump, reforçando que o Estado é hoje referência em ações de reflorestamento e bioeconomia.

O episódio também colocou Belém no centro do debate global. A capital paraense recebe mais de 30 mil participantes de 190 países na COP30, evento considerado histórico por ser o primeiro realizado na Amazônia.

O impacto político e simbólico das falas

Analistas veem nas declarações de Trump um sinal de tensão diplomática às vésperas de discussões cruciais sobre financiamento climático e metas de carbono neutro.
O gesto também é interpretado como estratégia de mobilização interna, em meio à disputa eleitoral norte-americana, na qual Trump tem usado a agenda ambiental como alvo de ataques.

Ainda assim, a resposta brasileira foi considerada ágil e assertiva. O convite de Helder Barbalho para um “tacacá diplomático” em Belém — entre ironia e cordialidade — virou símbolo da reação nacional à retórica negacionista.

Com informações de: BBC News Brasil, The Guardian, Terra, Governo do Pará e agências internacionais

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