Crime: Haddad defende asfixiar fontes de financiamento para combater organizações

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o combate ao crime deve atingir também as estruturas financeiras das organizações, e não apenas as comunidades.

Fonte: CenárioMT

Crime: Haddad defende asfixiar fontes de financiamento para combater organizações
Foto: Lula Marques/ Agência Braasil.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a necessidade de “asfixiar as fontes de financiamento” para enfraquecer o crime organizado. A declaração foi dada nesta sexta-feira (31), em São Paulo, durante entrevista sobre os resultados da Operação Fronteira, conduzida pela Receita Federal.

Segundo Haddad, o enfrentamento não pode se limitar à execução de mandados ou ao controle territorial. “Se não asfixiar o financiamento do crime organizado, não vai dar certo. É preciso atacar o topo da estrutura criminosa”, afirmou o ministro.

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Ele ressaltou que o verdadeiro comando das facções está fora das comunidades. “O verdadeiro bandido está em outro lugar, muitas vezes em outro país, usufruindo da riqueza acumulada ilicitamente. Precisamos atuar em todas as camadas do crime”, disse.

Pedido ao governo do Rio

Durante a entrevista, Haddad fez um apelo ao governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, para que convença sua bancada partidária a apoiar o projeto de lei do devedor contumaz. A proposta busca endurecer as regras contra contribuintes que usam a inadimplência fiscal como estratégia de negócio. “Esses devedores são, na verdade, sonegadores que sustentam o crime organizado”, afirmou.

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Ligação entre sonegação e crime

O ministro destacou que muitos devedores contumazes estão ligados à criminalidade. “O devedor contumaz é um tipo de sonegador que se vale de fraudes e brechas jurídicas para lavar dinheiro em atividades aparentemente legais”, explicou. Haddad citou casos de postos de combustíveis e motéis interditados em São Paulo, supostamente usados para lavagem de dinheiro.

Novas regras de transparência

Como parte das medidas de combate, a Receita Federal publicou uma portaria que obriga fundos de investimento a divulgar os CPFs dos beneficiários. “Agora todos os fundos terão de informar quem está por trás do dinheiro, para evitar esquemas de pirâmides e fraudes financeiras”, disse Haddad.

Resultados da Operação Fronteira

A Operação Fronteira, iniciada em 22 de outubro, foi considerada pela Receita Federal a maior ação integrada de vigilância em fronteiras terrestres, marítimas e aéreas. Nos últimos 15 dias, foram presas 27 pessoas, apreendidas mais de 3 toneladas de drogas e 213 mil litros de bebidas adulteradas. Também foram retiradas de circulação mais de mil armas e R$ 160 milhões em mercadorias ilegais.

A operação envolveu a cooperação entre os governos do Paraná, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e outros estados, com apoio de órgãos federais e forças de segurança. “Não houve mortes nem confrontos, apenas integração entre instituições”, destacou Haddad.

Participaram da ação forças como Exército, Marinha, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, além de órgãos de controle como Ibama, Mapa, Anac, Anatel e Anvisa. A iniciativa alcançou 60 municípios em 20 estados e resultou ainda na apreensão de uma aeronave carregada com mais de 500 smartphones de alto valor.

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Gustavo Praiado é jornalista com foco em notícias de agricultura. Com uma sólida formação acadêmica e vasta experiência no setor, Gustavo se destaca na cobertura de temas relacionados ao agronegócio, desde insumos até tendências e desafios do setor. Atualmente, ele contribui com análises e reportagens detalhadas sobre o mercado agrícola, oferecendo informações relevantes para produtores, investidores e demais profissionais da área.