A 30ª Conferência das Partes (COP30) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima começou nesta segunda-feira (10), em Belém, com a presença de autoridades internacionais, lideranças indígenas, pesquisadores e representantes da sociedade civil. Realizada pela primeira vez na Amazônia, a conferência busca recolocar o enfrentamento das mudanças climáticas no centro das prioridades globais.
Durante a abertura, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a mudança do clima já se apresenta como uma tragédia do presente, e não apenas uma ameaça futura. Ele defendeu uma ação coordenada entre nações para enfrentar os impactos que já atingem populações vulneráveis, citando enchentes, queimadas, secas e eventos extremos registrados em diferentes continentes.
Lula destacou que a Amazônia é lar de quase 50 milhões de pessoas, incluindo cerca de 400 povos indígenas, distribuídos entre nove países. Segundo ele, organizar a conferência no coração do bioma é uma forma de mostrar ao mundo a dimensão real dos desafios ambientais, sociais e econômicos da região.
No encontro que antecedeu o evento, foi lançado o Fundo de Florestas Tropicais para Sempre, que recebeu anúncios de investimento somando 5,5 bilhões de dólares. Também foram firmados compromissos para ampliar o combate ao fogo, assegurar direitos territoriais de comunidades tradicionais, fortalecer políticas de combate à fome e articular ações climáticas a estratégias de redução da pobreza.
Lula afirmou que a COP30 deve ser a conferência da verdade diante da desinformação e de movimentos negacionistas que contestam ciência e instituições. Segundo ele, países precisam cumprir suas metas climáticas, ampliar o apoio financeiro aos mais vulneráveis e avançar em uma transição justa que reduza a dependência de combustíveis fósseis e previna o desmatamento.
O presidente também defendeu a criação de um Conselho do Clima ligado à Assembleia Geral da ONU, para fortalecer a governança internacional. Ele ressaltou que políticas de adaptação devem priorizar mulheres, povos indígenas e populações historicamente afetadas pela desigualdade ambiental.
Ao encerrar o discurso, Lula citou que o debate climático é, essencialmente, uma discussão sobre justiça social e responsabilidade histórica. Ele afirmou que as decisões tomadas nas próximas semanas podem definir a vida das próximas gerações.
















