Combustíveis fósseis devem ceder espaço a ações concretas, diz Marina Silva

Durante a Pré-COP30, em Brasília, a ministra Marina Silva destacou a necessidade de medidas práticas para acelerar a transição energética e reduzir a dependência global de combustíveis fósseis.

Fonte: CenárioMT

Combustíveis fósseis devem ceder espaço a ações concretas, diz Marina Silva
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Nos debates da Pré-COP30, realizados nesta terça-feira (14) em Brasília, a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, enfatizou que é hora de as ações superarem as negociações no enfrentamento à crise climática. Segundo ela, as chamadas adicionalidades — temas que não estão na pauta oficial da Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas — são essenciais para impulsionar decisões globais sobre o abandono dos combustíveis fósseis, como petróleo, carvão e gás.

A ministra lembrou que, na COP28, realizada em Dubai, foi incorporado o artigo 28 do Balanço Global (GST), que estabelece a transição para o afastamento dos combustíveis fósseis dos sistemas energéticos de forma justa e equilibrada até 2050. “O mundo adotou, pela primeira vez, uma decisão explícita sobre essa transição”, afirmou Marina durante a sessão sobre Transição Energética e Fórum de Combustíveis Sustentáveis.

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Ela ressaltou que o tema não constava oficialmente nas negociações anteriores e também não está entre os 140 tópicos da próxima conferência, marcada para novembro em Belém (PA). Mesmo assim, Marina reforçou que é nas adicionalidades que surgem as oportunidades para destravar avanços urgentes na política climática internacional.

“Precisamos de esforços que levem em conta as diferentes capacidades e realidades dos países”, destacou. Para a ministra, uma das medidas mais importantes é a transferência de subsídios do setor fóssil para o de energia limpa. Ela citou que os incentivos aos combustíveis fósseis variam entre US$ 1,5 trilhão e US$ 7 trilhões, enquanto os subsídios a energias renováveis são muito menores — cerca de US$ 170 bilhões nos países do G20, ou US$ 500 bilhões considerando o investimento privado.

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Marina também usou o compromisso brasileiro de zerar o desmatamento ilegal até 2030 como exemplo de política ambiental que pode inspirar outras nações. “Cada país poderia, com base em critérios globais e suas capacidades nacionais, planejar o caminho para se afastar dos combustíveis fósseis e do desmatamento”, sugeriu.

Segundo a ministra, esse é um dos principais desafios que a comunidade internacional pretende enfrentar durante a COP30 em Belém, dentro de menos de um mês.

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Gustavo Praiado é jornalista com foco em notícias de agricultura. Com uma sólida formação acadêmica e vasta experiência no setor, Gustavo se destaca na cobertura de temas relacionados ao agronegócio, desde insumos até tendências e desafios do setor. Atualmente, ele contribui com análises e reportagens detalhadas sobre o mercado agrícola, oferecendo informações relevantes para produtores, investidores e demais profissionais da área.