No coração de São Paulo, próximo à Câmara Municipal e ao Terminal Bandeira, a Praça Memorial Vladimir Herzog agora abriga o Calçadão da Resistência, homenagem a jornalistas que lutaram pela democracia e pela liberdade de imprensa no Brasil.
A iniciativa do Coletivo Cultural Associação de Amigos da Praça Memorial Vladimir Herzog consiste em tijolos intertravados com nomes de personalidades premiadas pelo Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, criado em 1979.
Em cerimônia realizada nesta manhã, 51 homenageados receberam seus primeiros tijolos, incluindo nomes como Tim Lopes, Sueli Carneiro, Mino Carta, Caco Barcellos, Luiz Gama, Dom Phillips, Rubens Paiva e os trabalhadores da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), reconhecidos em 2022 pelo Prêmio Especial Vladimir Herzog de Contribuição ao Jornalismo.
Ivo Herzog, filho do jornalista homônimo assassinado durante a ditadura militar, destacou que o prêmio mantém viva a memória de seu pai e reforça a importância do jornalismo para a democracia. Ao todo, serão 1.625 tijolos homenageando vencedores do prêmio de 1979 a 2025.
Primeiro tijolo
O primeiro tijolo do Calçadão da Resistência é dedicado a Mouzar Benedito, vencedor da primeira edição do prêmio. Benedito relembrou sua trajetória, incluindo a militância contra a ditadura por meio de jornais alternativos e o uso de pseudônimo para driblar a perseguição política.
Trabalhadores da EBC
Os profissionais da EBC foram destacados por sua resistência a tentativas de censura e ataques à comunicação pública durante governos anteriores. O presidente da empresa, Andre Basbaum, ressaltou que a homenagem simboliza o compromisso com a democracia, o serviço público e o jornalismo de qualidade.
Jornalismo e democracia
Para Sérgio Gomes, diretor da Oboré Projetos Especiais em Comunicações e Artes, o jornalismo é essencial para a existência da democracia, fornecendo informação precisa e confiável. Segundo Basbaum, a prática democrática deve ser diária, e a EBC representa um espaço estratégico de defesa da liberdade de imprensa.
O Calçadão da Resistência reforça a memória de Vladimir Herzog, morto sob tortura em 1975, e celebra o papel contínuo do jornalismo como instrumento de fiscalização e proteção dos direitos fundamentais no Brasil.















