Cais é reconhecido como patrimônio cultural afro-brasileiro

O presidente Lula sancionou a lei que reconhece o Cais do Valongo, no Rio de Janeiro, como patrimônio histórico-cultural afro-brasileiro essencial à identidade nacional.

Fonte: CenárioMT

Cais é reconhecido como patrimônio cultural afro-brasileiro
Foto: João Paulo Engelbrecht/Divulgação Iphan

O Cais do Valongo, localizado na zona portuária do Rio de Janeiro, foi oficialmente reconhecido como patrimônio histórico-cultural afro-brasileiro. A nova lei, sancionada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, também reforça a proteção do título de Patrimônio Mundial da Humanidade concedido ao local pela Unesco.

A legislação, publicada no Diário Oficial da União, estabelece medidas para preservar o sítio como símbolo da memória da diáspora africana e do processo de escravização no Brasil. Entre as diretrizes estão consultas públicas com entidades de defesa da população negra, participação de especialistas em patrimônio histórico e respeito às manifestações culturais afro-brasileiras, incluindo a proteção de bens sagrados das religiões de matriz africana.

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De acordo com o Palácio do Planalto, o texto também prevê a integração do sítio a circuitos culturais, divulgação nacional e internacional de sua relevância e ações conjuntas com a prefeitura do Rio de Janeiro para garantir a conservação. O financiamento virá de dotações orçamentárias, doações, convênios e transferências voluntárias.

Histórico do Cais

O Cais do Valongo foi o principal porto de chegada de africanos escravizados no Brasil e nas Américas, recebendo cerca de 1 milhão de pessoas em quatro décadas. Considerado o maior porto receptor de escravizados do mundo, tornou-se um dos principais centros do tráfico transatlântico.

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Tombado pelo Iphan em 2013 e reconhecido como Patrimônio Mundial da Unesco em 2017, o sítio preserva a memória da escravidão, mas também representa resistência, liberdade e a contribuição africana para a formação cultural, social e econômica das Américas.

Descoberto em 2011 durante as obras do Porto Maravilha, o local foi construído em 1811 e aberto à visitação em 2012. Desde então, integra o Circuito Histórico e Arqueológico da Celebração da Herança Africana, que reúne marcos importantes da cultura afro-brasileira na região portuária do Rio.

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Gustavo Praiado é jornalista com foco em notícias de agricultura. Com uma sólida formação acadêmica e vasta experiência no setor, Gustavo se destaca na cobertura de temas relacionados ao agronegócio, desde insumos até tendências e desafios do setor. Atualmente, ele contribui com análises e reportagens detalhadas sobre o mercado agrícola, oferecendo informações relevantes para produtores, investidores e demais profissionais da área.