O Fórum de Mídia e Think Tanks dos Brics chegou ao fim nesta quinta-feira (17), no Rio de Janeiro, reunindo cerca de 250 participantes entre jornalistas, acadêmicos e representantes governamentais.
O evento, realizado dez dias após a Cúpula do Brics na mesma cidade, teve como foco o fortalecimento da cooperação entre os países do bloco no campo da comunicação e da inteligência artificial.
Com o tema “Brics unido: forjando um novo capítulo para o Sul Global”, os debates abordaram o papel estratégico da mídia e dos think tanks na consolidação de estruturas de governança voltadas aos interesses das nações em desenvolvimento, além da definição de padrões técnicos comuns.
A presidente da agência de notícias chinesa Xinhua, Fu Hua, abriu o fórum destacando o papel do Brics como canal essencial de cooperação no Sul Global. Já Wu Hailong, presidente da Associação de Diplomacia Pública da China, afirmou que o bloco não representa ameaça a nenhum país e que seu objetivo é promover paz e progresso.
Durante sua participação, o diretor-geral da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), Braúlio Ribeiro, defendeu a soberania nacional e o multilateralismo como caminhos para a resolução de conflitos globais. Ele também ressaltou a importância de uma governança internacional para o uso da inteligência artificial.
Segundo Ribeiro, há consenso entre os membros do Brics sobre a necessidade de criar um instituto dedicado à IA. “A inteligência artificial pode ser extremamente benéfica para a sociedade, desde que regulada por uma governança global”, afirmou.
O fórum também foi visto como oportunidade de dar visibilidade ao trabalho da EBC. “Há um reconhecimento, tanto por parte da Xinhua quanto de outros veículos, de que a EBC é o principal canal público de comunicação estatal do Brasil”, completou Ribeiro.
O professor da Universidade Federal Fluminense Pedro Aguiar destacou que, embora os avanços nas áreas de comércio e indústria entre os países do Brics sejam evidentes, a comunicação ainda exige investimentos. “A criação de uma infraestrutura de pesquisa e desenvolvimento em mídia pode consolidar essa nova etapa de cooperação”, avaliou.