O presidente Luiz Inácio Lula da Silva já está com o plano de contingência elaborado para amparar empresas brasileiras afetadas pela nova tarifa de 50% aplicada pelos Estados Unidos sobre produtos nacionais. A medida, prevista para entrar em vigor na próxima sexta-feira (1º), levou à articulação de uma resposta conjunta entre os Ministérios da Fazenda; do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços; das Relações Exteriores; e a Casa Civil.
Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o presidente Lula tem em mãos todos os cenários possíveis, mas ainda não decidiu se o plano será executado. Isso dependerá da posição oficial que os EUA adotarão nos próximos dias.
“Nós nos debruçamos sobre isso hoje. Os cenários possíveis já são de conhecimento do presidente. Ainda não tomamos nenhuma decisão, porque nem sabemos qual será a decisão dos Estados Unidos no dia 1º”, afirmou Haddad a jornalistas. Ele não revelou detalhes do plano, mas enfatizou que todas as possibilidades foram discutidas com Lula.
Apesar do avanço técnico, o governo brasileiro mantém como prioridade o diálogo diplomático. De acordo com Haddad, a posição oficial do Brasil é evitar medidas unilaterais e continuar aberto à negociação, independentemente do resultado da deliberação americana.
O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, também destacou que o Brasil mantém conversas reservadas com autoridades dos EUA. Haddad reforçou que Alckmin está em “contato permanente” com os norte-americanos, seguindo determinação do presidente Lula para manter o canal de diálogo aberto.
A estratégia do governo brasileiro busca equilibrar a preparação para um cenário adverso com a insistência em uma solução diplomática, evitando um agravamento nas relações comerciais entre os dois países.