Ato relembra 56 anos da morte de Carlos Marighella em São Paulo

Militantes de direitos humanos prestaram homenagem a Carlos Marighella na Alameda Casa Branca, local de sua execução há 56 anos.

Fonte: CenárioMT

Ato relembra 56 anos da morte de Carlos Marighella em São Paulo
Ato relembra 56 anos da morte de Carlos Marighella em São Paulo - Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

Militantes de direitos humanos realizaram nesta terça-feira (4) um ato em homenagem a Carlos Marighella, político, escritor e guerrilheiro, em São Paulo. A manifestação ocorreu na Alameda Casa Branca, 800, onde Marighella foi executado por agentes da ditadura em 1969, um ano após a decretação do AI-5, pelo presidente Artur da Costa e Silva, que suspendeu direitos civis e políticos.

O filho único de Marighella, Carlos Augusto Marighella, esteve presente e destacou sua admiração por Clara Charf, uma das esposas de seu pai e líder importante entre as mulheres. Ele recordou que sua convivência com Clara desde os 7 anos de idade foi um aprendizado valioso sobre coragem e compromisso político.

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Clara Charf faleceu na segunda-feira (3), aos 100 anos, de causas naturais. Durante o ato, Carlinhos Marighella ressaltou a importância de manter viva a memória do pai e de inspirar novas gerações: “O Marighella está vivo, mobilizando a juventude e nos inspirando a construir uma sociedade melhor”.

Maurice Politi, do Núcleo Memória, reforçou que Marighella foi um dos maiores guerreiros do povo brasileiro, lutando por um país sem desigualdade e com justiça social.

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Carlos Marighella

O Memorial da Resistência registra que Marighella chegou a ser considerado o inimigo número um da ditadura. Ele foi deputado federal em 1946, mas teve seu mandato cassado pelo presidente Eurico Gaspar Dutra, em ação contra filiados a partidos comunistas, incluindo o PCB, ao qual pertencia.

Em 1952, passou a integrar a Comissão Executiva do Comitê Central do PCB e foi enviado à China em 1953. Sua primeira prisão ocorreu em 1932, por críticas ao interventor Juracy Magalhães, e em 1936 foi torturado, com os pés queimados, permanecendo preso por um ano até receber anistia.

Após viver na clandestinidade, Marighella foi localizado em 1964 em um cinema no Rio de Janeiro e atacado à queima-roupa. Em 1968, fundou a Ação Libertadora Nacional (ALN) em resistência à ditadura. Em 1969, foi assassinado pelo DOPS/SP após emboscada, recebendo pelo menos quatro tiros.

Censura

O filme Marighella, dirigido por Wagner Moura e estrelado por Seu Jorge, sofreu censura do governo de Jair Bolsonaro. A obra só entrou em circuito nacional em 2021, embora já tivesse sido exibida em festivais internacionais como o de Berlim.

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Gabriela Cordeiro Revirth, independente jornalista e escritora, é uma pesquisadora apaixonada de astrologia, filmes, curiosidades. Ela escreve diariamente para o Portal de Notícias CenárioMT para partilhar as suas descobertas e orientar outras pessoas sobre esses assuntos. A autora está sempre à procura de novas descobertas para se manter atualizada.