Três homens em situação de rua foram alvo de um ataque a tiros na madrugada desta sexta-feira (17) sob o viaduto do Irajá, na zona norte do Rio de Janeiro. Dois deles morreram no local, enquanto o terceiro, identificado como Jaílton Matias Anselmo, de 37 anos, foi levado em estado grave para o Hospital Getúlio Vargas, na Penha.
O Batalhão de Irajá da Polícia Militar isolou a área para perícia, e a Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) assumiu as investigações do caso.
Entre os mortos está Ethervaldo Bispo dos Santos, de 52 anos, natural de Salvador, conhecido como Bahia. Ele morava há mais de 10 anos sob o viaduto e era percussionista do Movimento Afro Cultural Ilu Odara, participando dos ensaios apesar das sequelas de um AVC isquêmico. O outro homem ainda não foi identificado.
Repercussão do Movimento Afro Cultural Ilu Odara
O fundador do bloco, Lucas Xarará, expressou choque com o ataque e destacou a necessidade de apoio para localizar familiares de Ethervaldo e garantir um sepultamento digno. Ele também pediu que o episódio sirva para denunciar a violência e o abandono contra pessoas em situação de rua.
Atuação da Defensoria Pública e autoridades
A subcoordenadora do Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos (Nudedh), Cristiane Xavier, acompanhou o caso na Delegacia de Homicídios, no hospital e no Instituto Médico Legal, e vai solicitar a preservação de imagens de câmeras próximas ao local do crime.
A Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) repudiou o ataque. A deputada Dani Monteiro alertou para o avanço de práticas violentas e reforçou que a falta de políticas públicas não justifica ações contra pessoas vulneráveis.