Ana Maria Gonçalves assume oficialmente a cadeira 33 da Academia Brasileira de Letras (ABL) nesta sexta-feira (7), no Rio de Janeiro. Reconhecida pelo livro Um Defeito de Cor, considerado essencial para compreender a história do Brasil, Ana Maria se torna a primeira mulher negra a integrar a instituição em 128 anos e também a mais jovem do atual quadro de imortais.
A solenidade acontecerá no Petit Trianon, sede da ABL, às 20h, com transmissão ao vivo pelo site oficial da academia.
A escritora será recebida pela acadêmica Lilia Schwarcz, receberá o colar de Ana Maria Machado e o diploma de Gilberto Gil. As comissões de entrada e saída incluem nomes como Rosiska Darcy de Oliveira, Fernanda Montenegro, Miriam Leitão, Domício Proença Filho, Geraldo Carneiro e Eduardo Giannetti.
Após a posse, um jantar africano será servido para 300 convidados no pátio externo, e amigos da escritora prepararão uma apresentação musical em cortejo pelas ruas do centro do Rio de Janeiro.
Trajetória profissional
Ana Maria Gonçalves sucede Evanildo Bechara, falecido em maio deste ano. Natural de Ibiá, Minas Gerais, nascida em 1970, é roteirista, dramaturga, professora de escrita criativa e sócia-fundadora da Terreiro Produções.
Autora de Ao lado e à margem do que sentes por mim e Um Defeito de Cor, este último premiado pela Casa de Las Americas (Cuba, 2007) e eleito leitura fundamental sobre o Brasil, Ana Maria levou cinco anos para concluir a obra, incluindo pesquisa, escrita e reescrita. Em 2024, o livro inspirou o enredo da Escola de Samba Portela.
Além de publicar contos em Portugal, Itália e Estados Unidos, onde residiu por oito anos, Ana Maria ministrou cursos e palestras sobre questões raciais e foi escritora residente nas universidades de Tulane, Stanford e Middlebury.
















