O vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin, informou nesta quinta-feira (24) que manteve uma conversa telefônica com o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Howard Lutnick, sobre as tarifas de importação impostas a produtos brasileiros. O diálogo ocorreu no último sábado (19) e marcou o primeiro contato direto entre os dois governos desde o anúncio das medidas tarifárias pelo presidente norte-americano Donald Trump.
Alckmin destacou a disposição do Brasil em negociar e afirmou que a conversa foi extensa e produtiva. “Foi uma conversa longa e importante. Reforcei o interesse do Brasil na negociação e na busca de soluções construtivas”, declarou.
Segundo o vice-presidente, o governo brasileiro busca evitar que o impasse resulte em prejuízos para ambos os lados. “O presidente Lula tem orientado a manter o foco na resolução comercial, evitando contaminações políticas ou ideológicas. Nosso objetivo é transformar esse cenário em uma agenda positiva, com mais integração produtiva e investimentos mútuos”, afirmou.
Embora não tenha revelado detalhes da reação americana, Alckmin classificou o contato como positivo e indicou que novas tratativas poderão ocorrer. “A conversa foi boa e proveitosa. Temos a intenção de seguir com o diálogo institucional de forma reservada”, completou.
Alckmin lidera o Comitê Interministerial de Negociação e Contramedidas Econômicas e Comerciais, criado para responder ao tarifaço, que deve entrar em vigor no dia 1º de agosto. Ele tem mantido encontros com representantes de setores afetados, como indústria, agronegócio e varejo.
Nesta quinta-feira, ele se reuniu com integrantes da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), da Taurus Armas, da Associação Nacional da Indústria de Armas e Munições (ANIAM) e do Instituto para Desenvolvimento do Varejo (IDV).
Paralelamente, o Brasil manifestou na Organização Mundial do Comércio (OMC) que sanções comerciais não devem ser utilizadas como instrumento de pressão sobre a soberania de outros países. Em carta enviada ao presidente Lula no início do mês, Trump justificou as tarifas mencionando o ex-presidente Jair Bolsonaro, atualmente réu no STF, e pediu sua anistia.
O presidente Lula já sinalizou que o Brasil poderá adotar medidas de reciprocidade caso as tarifas se mantenham, mas nenhuma ação oficial foi tomada até o momento. A expectativa é que decisões concretas sejam anunciadas após a entrada em vigor das sanções.















