O mês de setembro foi positivo para a suinocultura brasileira, segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Mesmo diante das desvalorizações observadas na segunda quinzena, as médias mensais estaduais do suíno vivo posto na indústria apresentaram elevação em relação a agosto, atingindo os maiores patamares reais do ano, conforme dados deflacionados pelo IPCA de setembro de 2025.
O desempenho também foi favorecido pelo bom ritmo das exportações de carne suína, que seguem sustentando os preços internos. Desde fevereiro, as Filipinas se consolidaram como o principal destino da proteína brasileira, ultrapassando a China. As vendas ao país asiático, somadas a outros mercados novos e consolidados, têm compensado a redução nas compras chinesas, resultado de um trabalho conjunto de instituições do setor suinícola nacional voltadas à ampliação e diversificação dos destinos da carne suína brasileira.
No campo dos custos de produção, o cenário é especialmente favorável ao suinocultor paulista, que vive o melhor momento em mais de duas décadas para a aquisição de farelo de soja, um dos principais insumos da atividade. Essa melhora na relação de troca contribui para aliviar as margens do produtor e reforçar a viabilidade econômica da suinocultura.
Por outro lado, no segmento de carnes concorrentes, setembro foi marcado por uma alta mais expressiva nos preços da carne suína em comparação às proteínas bovina e de frango. Esse movimento resultou em perda momentânea de competitividade frente às demais carnes, especialmente no mercado doméstico, onde o poder de compra do consumidor ainda segue limitado.
Mesmo assim, o setor suinícola mantém desempenho robusto, com exportações dinâmicas, custos mais equilibrados e perspectivas positivas para o último trimestre do ano.