Queda no dólar e oferta recorde pressionam cotações do algodão em pluma no Brasil

Fonte: CenarioMT

Produtores de algodão de Mato Grosso têm até sábado (15) para fazer cadastro das propriedades

As cotações domésticas do algodão em pluma seguem em trajetória de queda, influenciadas pelas desvalorizações no mercado internacional e pela recente baixa do dólar frente ao Real. De acordo com levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), a valorização da moeda brasileira reduz a paridade de exportação, ampliando a pressão sobre os preços internos.

A retração dos compradores é outro fator que contribui para a atual desvalorização. Atentos às movimentações do mercado externo, muitos agentes têm se afastado das negociações no mercado spot, à espera de novas quedas. Além disso, há dificuldades relatadas por industriais em repassar os custos da pluma aos produtos manufaturados, o que limita a disposição de compra nos atuais patamares.

Do lado da oferta, vendedores demonstram cautela e preferem focar no cumprimento de contratos vigentes e na efetivação de novos fechamentos para a safra 2024/25, evitando operações imediatas no mercado físico. A postura é justificada pelo cenário de preços em queda e pela expectativa de aumento da oferta.

Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção nacional de algodão em pluma na temporada 2024/25 pode alcançar 3,9 milhões de toneladas, configurando um novo recorde. O volume representa uma alta de 0,36% em relação à estimativa anterior (abril/2025) e de 5,5% sobre a safra 2023/24, ampliando ainda mais o quadro de oferta disponível no país.