O mercado do algodão em Mato Grosso registrou comportamentos distintos entre a safra atual e a futura em agosto de 2025. De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a comercialização do ciclo 2024/25 avançou 2,26 pontos percentuais em relação a julho, alcançando 68,41% da produção estimada. Apesar da alta, trata-se do menor percentual de comercialização dos últimos dez anos para o período.
A retração nas vendas reflete a postura mais cautelosa dos produtores, diante da queda nos preços. Em agosto, a cotação média ficou em R$ 130,98 por arroba, recuo de 0,61% em comparação ao mês anterior, o que reduziu o apetite por novos negócios.
Safra 25/26 ganha ritmo
Enquanto a safra vigente avança em ritmo lento, o cenário para o ciclo 2025/26 é mais dinâmico. A comercialização registrou aumento de 4,66 pontos percentuais em agosto, atingindo 27,22% da produção estimada. Os preços futuros, negociados a uma média de R$ 132,86 por arroba, têm se mostrado mais atrativos, estimulando o adiantamento das vendas.
O movimento também é impulsionado pelo receio dos produtores com os custos elevados esperados para o próximo ciclo, que podem comprometer a rentabilidade. Diante disso, muitos têm optado por travar parte da produção de forma antecipada, garantindo maior previsibilidade.
Cenário de incerteza
A diferença entre os dois ciclos evidencia a influência das condições de mercado sobre as decisões dos cotonicultores. No curto prazo, a queda de preços e a volatilidade cambial reduzem as margens da safra 24/25. Já no horizonte futuro, a possibilidade de contratos mais vantajosos e a necessidade de mitigar riscos financeiros tornam a safra 25/26 mais atrativa para os negócios.
Especialistas avaliam que a comercialização da safra atual seguirá em compasso lento até o fim do ano, enquanto o ciclo 25/26 deve manter um ritmo mais acelerado, especialmente se os preços futuros permanecerem firmes e os custos de produção continuarem em alta.
Mato Grosso, principal produtor de algodão do Brasil, segue como referência para o mercado nacional, e o comportamento do produtor local será determinante para a formação de preços e estratégias de comercialização nos próximos meses.














