De acordo com as primeiras projeções da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de grãos na Safra 2025/26 poderá chegar a 353,8 milhões de toneladas e a de carnes em 32,3 milhões de toneladas, sendo ambos novos recordes da série histórica da estatal. Os dados estão na 13ª edição da “Perspectivas para a Agropecuária 2025/26”, publicação divulgada nesta quinta-feira (18) pela Companhia e realizada em parceria com o Banco do Brasil.
“Têm muitas variáveis no caminho, mas nós visualizamos já um aumento de 2,5 milhões de toneladas na Safra de grãos, com possível aumento de área. Ou seja, os homens e as mulheres do campo também estão acreditando nesse Brasil que não deixa faltar crédito agrícola, e isso tem dado um resultado extraordinário. Essa sinergia do homem do campo, da tecnologia, com o avanço e o aumento das políticas públicas, garante o nosso abastecimento interno, garante comida suficiente e com preço justo para quem consome e garante, também, a alimentação para países do mundo que dependem da nossa produção”, reforçou o presidente da Conab, Edegar Pretto, durante o evento de divulgação do estudo.
Também estiveram presentes na divulgação das Perspectivas a ministra substituta do Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Fernanda Machiaveli; o vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar do Banco do Brasil, Gilson Bittencourt; o secretário adjunto de Política Agrícola do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), Wilson Vaz; e os diretores da Conab de Política Agrícola e Informações, Silvio Porto; Administrativa, Financeira e de Fiscalização da Conab, Rosa Neide; de Operações e Abastecimento, Arnoldo de Campos; e de Desenvolvimento, Inovação e Gestão de Pessoas, Lenildo de Morais.
A ministra substituta do MDA, Fernanda Machiaveli, reforçou a importância dos levantamentos dos dados agrícolas para a tomada de decisão, tanto na esfera pública quanto na privada. “As perspectivas para Agropecuária 2025/26, assim como as anteriores, servem de bússola para orientar tanto os investimentos, as decisões, a implementação das políticas públicas. Orientar governo e setor privado nas suas decisões relativas à produção e também na política de abastecimento”. Machiaveli ainda ponderou que a expectativa de uma nova safra ocorre diante de um cenário desafiador. “E isso num contexto de mudanças climáticas, de crises geopolíticas, de guerra comercial. Enfim, num c enário bastante adverso, a nossa agricultura vai seguir vencedora, vai conseguir produzir alimentos para abastecer as famílias no Brasil e também garantir uma oferta de alimentos para o mundo”, disse.
De acordo com o vice-presidente de Agronegócios e Agricultura Familiar do Banco do Brasil, Gilson Bittencourt, nos últimos dois meses foram liberados mais de R$ 40 bilhões pela instituição para esta próxima safra. Diante dos cenários positivos que se apresentam, o vice-presidente de Agronegócios do BB analisou o papel da Conab ao apresentar as perspectivas para o ciclo 2025/26. “Acho que não é só a perspectiva da alimentação, mas principalmente olhar também para o lado da produção. E o papel da Conab é exatamente esse, fazer essa relação entre olhar dos produtores e o atendimento ao abastecimento”, ponderou.
Segundo o secretário do Mapa, Wilson Vaz, a estimativa de recursos para se fazer a safra agrícola brasileira é da ordem de R$ 1,1 trilhão. Vaz lembrou que há recorde na oferta de recursos disponibilizados pelo governo federal a partir do Plano Safra, o que reforça as boas estimativas. “Nós temos um recorde no plano safra. Então você tem recorde a oferta de recurso para financiamento. Você tem expectativa recorde de produção. Se a+b=c, então certamente essa safra vai confirmar. Somando crédito e a perspectiva de área e de produtividade, teremos uma boa safra”, reforçou.
De acordo com a projeção apresentada pela Conab nesta quinta, o resultado é influenciado pelo aumento na área cultivada, que deve sair de 81,74 milhões de hectares na última safra para 84,24 milhões de hectares no ciclo agrícola 2025/26. Já a produtividade média nacional das lavouras está projetada em 4.199 quilos por hectare na temporada 2025/26, redução de 2% se comparada com 2024/25.
Já no ano de 2026, a produção das três principais proteínas — bovina, suína e frango — está estimada em 32,3 milhões de toneladas. Caso se confirme, será um novo recorde na série histórica da Companhia, superando a atual projeção para este ano, de 32,1 milhões de toneladas. O resultado positivo é impulsionado principalmente pelo crescimento da produção de carne suína e de frango, que devem atingir cerca de 5,8 milhões e 15,9 milhões de toneladas, respectivamente, isto é, os maiores volumes já registrados pela estatal.