O Mato Grosso Clima e Mercado voltou às estradas na terça-feira (18.11) para conversar com os produtores rurais da Região Norte do estado sobre as dificuldades e expectativas da safra 2025/26. A série da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja MT) tem o objetivo de levantar informações sobre às condições climáticas enfrentadas no campo e as perspectivas de mercado para os grãos mato-grossenses. Ao longo de quatro semanas, a Aprosoja MT vai percorrer os quatro cantos do estado e visitar os 32 núcleos para entender de perto a realidade dos produtores rurais.
A abertura da quarta temporada da série foi em Carlinda, a Aprosoja MT percorreu 756 km para conversar com o produtor rural do município Cleverson Meurer. Durante entrevista, comandada pelo delegado coordenador do núcleo do Vale do Teles Pires, Mateus Berlanda, o produtor revelou que as principais dificuldades enfrentadas na região foram as chuvas irregulares. O produtor afirmou que teve áreas na região que precisou de replantio e outras que germinaram, mas teve dificuldades no desenvolvimento da planta.
“A chuva veio mais cedo, as plantadeira entraram no campo mais cedo, não só na minha propriedade, mas nos vizinhos também, mas infelizmente ela cortou muito cedo, então a gente teve problemas aqui na minha propriedade, parou três vezes o plantio. Isso acabou atrapalhando, pensando até na janela do milho e ficamos até 12 dias parados por falta de chuva”, conta.
Meurer também ressaltou que a agriculta está enfrentando muitas dificuldades nesta safra, principalmente por causa da falta das chuvas e por ser um negócio a céu aberto. Ele ressaltou que precisou replantar parte da semeadura feita em setembro e isso vai afetar a janela do plantio do milho.”Eu tive 3% de replante, isso vai atrapalhar com relação à safra que infelizmente a gente não vai conseguir, por mais que a chuva começou cedo. O plantio nosso se estendeu muito e o plantio mais tarde acarreta em não fazer o milho safra”, afirma.
Assim como em Carlinda, o produtor rural de Marcelândia, Sérgio Santos explicou sobre as dificuldades da região em conversa com o delegado coordenador do núcleo de Marcelândia, Alexandre Falchetti. Ele destacou que apesar de não precisar do replantio, vai acabar perdendo a produtividade nas áreas mais afetadas pela seca.
“Essas áreas sofreram muito com a seca porque já não estava muito molhada quando começamos a plantar, perdeu muito estande de planta, chegamos numa análise que ainda não preciso ter o replantio, mas o estande de plantas se perdeu e com a normalização das chuvas, que estamos esperando ainda acontecer, esperamos que ela retome para a normalização”, disse esperançoso.
Sérgio também afirmou estar preocupado com as chuvas acumuladas que devem cair em dezembro e janeiro, isto porque deve se iniciar a colheita e a chuva pode causar umidade e doenças no grão na reta final da produção de soja.
“Com essa vinda das chuvas no período de dezembro, acredito que vai ocasionar as doenças por atraso em aplicações de defensivos e também ocasionar em janeiro problemas no plantio e a entrada de doença na soja com muita chuva, na verdade, que vai atrapalhar, talvez, até na produtividade”, ressalta.
Para encerrar o primeiro episódio do MT Clima e Mercado, a Aprosoja MT conversou com o delegado e produtor rural de Cláudia, Ivan Marx Hoffman, sobre as expectativas para o setor em relação ao plantio do milho. Ivan contou que vai precisar contar com as chuvas de abril e maio para conseguir tem uma boa safra na região.
“A gente se preocupa um pouco com a janela do milho, a partir de final de fevereiro todo o som que a planta aqui na região depois do dia 20 já começa a entrar no risco do milho. Então, assim, às vezes vai ter contado com as últimas chuvas de abril e maio para poder ter uma segunda safra boa”, fala. Além da falta da chuva, Ivan destacou que a margem de lucro está mais baixo do que nos anos anteriores. Ele explicou que o custo dos fertilizantes, sementes e outros produtos subiram, espremendo ainda mais a margem de lucro dos produtores.
“O custo em relação ao valor da soja de venda e do milho também está muito elevado, principalmente fertilizante. O cloreto de potássio está muito alto o preço, sementes, os defensivos, a gente tem que trabalhar bem justos nas aplicações, porque não está dando para investir muito, está bem estreito a margem de lucro. Além dos custos estarem altos, o valor de venda está bem abaixo dos outros últimos anos”, afirma.
Neste primeiro episódio, o Mato Grosso Clima e Mercado percorreu 1.146 km para entender de perto a realidade dos produtores rurais. Os agricultores das propriedades visitadas destacaram os atrasos no plantio devidos as chuvas irregulares como ponto em comum da região e a preocupação com o futuro. O projeto da Aprosoja MT reforça o apoio aos produtores rurais e reafirma o compromisso com os trabalhadores do setor.















