Milho: Produtores seguram vendas e esperam novas altas

Produtores priorizam contratos e aguardam novas altas no mercado spot, enquanto exportações desaceleram

Fonte: da Redação

Milho - Imagem CenárioMT
Milho - Imagem CenárioMT
O mercado brasileiro de milho voltou a ganhar força neste início de novembro e já registra preços semelhantes aos observados em junho, segundo levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq-USP). A recuperação reflete o comportamento estratégico dos produtores, que têm mantido a oferta limitada e priorizado o cumprimento de contratos firmados antecipadamente.

Produtores seguram vendas e esperam novas altas

Com o foco voltado ao plantio da safra de verão, os agricultores mantêm cautela nas negociações. De acordo com analistas do Cepea, a maioria dos vendedores está priorizando o cumprimento de contratos e adiando novas vendas no mercado spot à espera de um cenário mais favorável de preços.

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Por outro lado, os compradores mostram-se seletivos. Com estoques confortáveis, muitos adquirem apenas volumes pontuais, o que reduz a liquidez e impede uma disparada mais intensa das cotações. Ainda assim, o preço do milho se mantém firme nas principais praças do país.

Chuvas trazem alívio — e alguns desafios

As chuvas generalizadas das últimas semanas trouxeram alívio ao campo e ajudaram a repor a umidade do solo em várias regiões produtoras. No entanto, o excesso de precipitação tem gerado atrasos pontuais no calendário agrícola em estados do Centro-Oeste e do Sul.

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Segundo a Conab, até 1º de novembro o plantio da safra 2025/26 havia alcançado 47,1% da área total estimada, abaixo dos 53,3% registrados no mesmo período de 2024 e da média histórica de 54,7%. Mesmo com o ritmo mais lento, especialistas acreditam que as condições climáticas atuais devem favorecer o avanço das lavouras nas próximas semanas.

Exportações desaceleram, mas seguem robustas

Enquanto o mercado doméstico mostra firmeza, as exportações brasileiras de milho registraram desaceleração em outubro. Dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), analisados pelo Cepea, apontam embarques de 6,5 milhões de toneladas no mês — uma queda de 14% em relação a setembro e um leve aumento de 1,5% sobre outubro de 2024.

No acumulado do ano, entre janeiro e outubro de 2025, o Brasil exportou 29,82 milhões de toneladas de milho, volume 3,2% menor que o do mesmo período do ano passado. A redução reflete o aumento da concorrência internacional e a decisão de produtores de reter estoques à espera de melhores preços.

Expectativa é de sustentação no curto prazo

Mesmo com a leve queda nas exportações, o mercado interno continua sustentado por fatores como os custos de produção, o câmbio favorável e a firme demanda de setores como rações e etanol de milho. Analistas avaliam que, se as chuvas se estabilizarem e o consumo seguir aquecido, os preços podem se manter firmes até o fim do ano.

“O cenário é de equilíbrio. Há pressão dos estoques, mas a retração dos vendedores e o consumo interno forte impedem quedas expressivas”, pontua um analista do Cepea.

Com a virada do ano agrícola e o início da colheita da safra verão, o setor agro acompanha atento os desdobramentos, apostando em um mercado estável e rentável para o produtor brasileiro.

 

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