Depois de registrar forte movimentação em setembro, o mercado de feijão desacelerou ao longo de outubro, refletindo em preços mais enfraquecidos em boa parte das praças produtoras do país. Levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP, indica que o volume de negociações diminuiu e que a indústria tem atuado de forma mais cautelosa, realizando apenas aquisições pontuais.
De acordo com agentes consultados pelo Cepea, produtores que ainda mantêm lotes de melhor qualidade preferiram segurar as vendas, apostando em uma possível recuperação das cotações nas próximas semanas. Apesar dessa resistência, o setor industrial tem priorizado a revenda dos estoques já disponíveis ao atacado e ao varejo, evitando novas compras expressivas até que o mercado apresente sinais mais firmes de demanda.
No campo, o plantio da primeira safra de feijão avança de forma gradual. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam que até o dia 25 de outubro cerca de 23,9% da área estimada havia sido semeada em todo o país. O índice é ligeiramente inferior ao registrado no mesmo período do ano passado, quando 30,6% da área já estava plantada.
O cenário atual é influenciado por condições climáticas irregulares em algumas regiões e por uma maior seletividade dos compradores, que aguardam o comportamento da oferta e da qualidade do grão nas próximas semanas para definir novas estratégias de compra. Ainda assim, o setor acompanha com atenção o andamento da safra, que será determinante para o comportamento dos preços no encerramento de 2025.
