Os preços do algodão em pluma seguem estáveis no mercado brasileiro, operando dentro de uma faixa estreita desde meados de abril. É o que aponta o mais recente levantamento do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), que indica o Indicador CEPEA/ESALQ (com pagamento em 8 dias) variando entre R$ 4,30 e R$ 4,40 por libra-peso.
Essa estabilidade nos valores tem como principal fator a oferta restrita de pluma, reflexo direto da entressafra no país. Com menos algodão disponível, os preços encontram sustentação mesmo em um cenário de liquidez reduzida, já que muitos agentes do mercado têm dificuldade em fechar negócios diante da disparidade entre os valores pedidos por vendedores e os ofertados por compradores.
Segundo pesquisadores do Cepea, os produtores estão firmes nas ofertas, amparados tanto na reação positiva dos preços internacionais quanto na percepção de estoques domésticos limitados. Essa postura cautelosa por parte dos vendedores tem dificultado as negociações, especialmente para os lotes remanescentes da safra 2023/24.
Por outro lado, os comerciantes buscam alternativas para dar andamento às operações. Muitos têm priorizado contratos “casados” — que envolvem múltiplas etapas ou produtos — ou aquisições destinadas a atender compromissos firmados anteriormente. Em meio a esse cenário de pouco dinamismo, o que se destaca é o avanço nos contratos para as próximas safras, 2024/25 e 2025/26, com agentes se movimentando para garantir o fornecimento futuro da pluma.
O cenário atual evidencia a cautela do mercado frente à escassez momentânea de produto e à necessidade de equilíbrio entre oferta e demanda. Enquanto produtores se mantêm firmes na expectativa de preços mais vantajosos, compradores buscam alternativas para garantir seu abastecimento — tudo isso em um ambiente de transição entre safras, que exige atenção redobrada dos participantes da cadeia têxtil.