O mercado suinícola brasileiro apresentou recuperação em agosto de 2025, segundo o Boletim do Suíno, divulgado nesta quinta-feira (11) pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Após a instabilidade observada em julho, os preços do animal vivo e da carne suína registraram alta no período, trazendo alívio parcial aos produtores.
Apesar da melhora interna, o desempenho externo foi menos favorável. As exportações brasileiras de carne suína in natura e processada recuaram em relação a julho, embora tenham se mantido em patamares superiores aos de agosto de 2024. O movimento reflete ajustes na demanda internacional e certa pressão sobre os embarques, mas ainda aponta para uma posição mais sólida do setor em comparação ao ano anterior.
No campo dos custos de produção, o poder de compra do suinocultor paulista melhorou frente ao milho, que apresentou relativa estabilidade, mas se deteriorou em relação ao farelo de soja. O derivado da oleaginosa subiu de preço em ritmo mais acelerado que o animal vivo, reduzindo as margens e pressionando a relação de troca.
Outro destaque do boletim está na análise comparativa com as carnes concorrentes. Em agosto, o preço da carcaça especial suína subiu de forma expressiva em relação a julho. A carcaça casada bovina também se valorizou, mas o frango resfriado registrou queda. Esse comportamento resultou em uma perda de competitividade da proteína suína, que ficou relativamente mais cara para o consumidor frente às substitutas tradicionais.
De acordo com os pesquisadores do Cepea, o cenário de agosto reforça o caráter desafiador do setor: ao mesmo tempo em que a valorização do suíno vivo e da carne representa ganho para os produtores no mercado interno, o aumento dos custos de insumos e a perda de competitividade frente às demais proteínas exigem cautela para os próximos meses.













