Após semanas consecutivas de queda, os preços do etanol hidratado voltaram a subir no mercado paulista, impulsionados pelo aumento da demanda e pelas expectativas em torno do novo percentual de mistura do anidro na gasolina. Dados do Cepea mostram que, entre 21 e 25 de julho, o Indicador CEPEA/ESALQ do hidratado (líquido de ICMS e PIS/Cofins) fechou a R$ 2,5448 por litro, alta de 0,83% em relação à semana anterior.
O aquecimento das negociações reflete, em parte, a proximidade do retorno às aulas, que tradicionalmente eleva o consumo de combustível com o aumento do fluxo de veículos. Distribuidoras, que vinham segurando compras nas últimas semanas, retomaram a busca por novos volumes, injetando liquidez no mercado.
Outro fator que sustentou a alta foi a expectativa em torno da entrada em vigor do E30 – a partir de 1º de agosto, o percentual de etanol anidro misturado à gasolina sobe de 27% para 30%, conforme decisão anunciada em junho. O movimento já começa a influenciar o mercado: as usinas paulistas têm registrado aumento nas negociações de anidro no mercado spot nas últimas semanas.
Enquanto o hidratado ganhou fôlego, o anidro registrou leve recuo de 0,12% no mesmo período, com o Indicador CEPEA/ESALQ fechando a R$ 2,9168 por litro (líquido de impostos, sem PIS/Cofins). A queda pontual não tira o foco da tendência de valorização, já que a demanda pelo produto deve crescer com a nova mistura.
Cenário em movimento
Com o início do segundo semestre, o mercado de etanol entra em um período de maior dinamismo. O aumento da mistura do anidro promete absorver parte da produção, enquanto o hidratado se beneficia do consumo doméstico em alta. Ainda assim, os preços seguem sensíveis a fatores como o comportamento do açúcar no mercado internacional e os rumos dos combustíveis fósseis. Para as usinas, o momento é de aproveitar a valorização, mas com atenção aos próximos passos da safra e da demanda.