Imea aponta alta nos custos do milho 25/26 em Mato Grosso; insumos são os principais vilões

Custo com insumos do milho 25/26 sobe 2,85% em Mato Grosso, segundo o Imea. Produtor deve gastar R$ 2.922 por hectare na próxima safra.

Fonte: da Redação

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Colheita de milho - CNA/ Wenderson Araujo/Trilux
Os custos de produção da próxima safra de milho em Mato Grosso registraram nova alta. De acordo com levantamento divulgado pelo Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), os gastos com insumos da safra 2025/26 subiram 2,85% em relação ao ciclo anterior. Em média, o produtor precisará desembolsar R$ 2.922,01 por hectare apenas com insumos agrícolas.

Segundo o relatório, o avanço foi impulsionado principalmente pela valorização das sementes — que tiveram aumento de 1,09% — e pelo encarecimento dos macronutrientes, que subiram 10,12% frente ao mesmo período do ano passado, alcançando R$ 1.289,31 por hectare. Esses componentes seguem como os principais responsáveis pela elevação dos custos totais de produção no estado.

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Relação de troca impacta decisão do produtor

Diante do cenário de custos crescentes, a relação de troca (RT) — indicador que mede quantas sacas de milho são necessárias para adquirir determinados insumos — ganha ainda mais relevância para o planejamento da safra.

Conforme o Imea, para comprar uma tonelada de ureia, o produtor precisa entregar 76,66 sacas de milho. Já para a aquisição de uma tonelada de MAP (fosfato monoamônico), são necessárias 102,79 sacas. Em comparação com o mesmo período de 2024, a RT da ureia teve alta de 13,62%, enquanto a do MAP recuou 3,39% — movimento considerado favorável ao produtor.

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“Esse tipo de análise permite ao produtor rural entender melhor o momento de compra e as condições ideais para equilibrar o custo e a rentabilidade da lavoura”, destacam os técnicos do Imea no boletim.

Cenário e perspectivas para a safra 2025/26

Com a alta dos insumos e a oscilação no preço do milho, os analistas reforçam a importância do planejamento financeiro e técnico para garantir rentabilidade. O acompanhamento da relação de troca, dos custos operacionais e das tendências de mercado deve orientar a estratégia dos produtores mato-grossenses nos próximos meses.

O Imea lembra ainda que, apesar da elevação dos custos, o ambiente produtivo em Mato Grosso segue sendo o mais competitivo do país, com elevada eficiência logística e produtividade média superior à média nacional. O desafio, segundo o órgão, está em equilibrar os investimentos e mitigar os riscos diante das oscilações de preço dos fertilizantes e do câmbio.

“O produtor mato-grossense é resiliente e busca constantemente otimizar sua produção. Mesmo com o aumento de custos, a adoção de tecnologias e o manejo eficiente ajudam a manter a competitividade no campo”, reforça o relatório.

Importância econômica do milho em Mato Grosso

Mato Grosso é o maior produtor de milho do Brasil, respondendo por mais de 30% da produção nacional. O cereal é uma das principais bases da economia do agronegócio estadual, com destaque para o uso na alimentação animal e para exportação. A cada safra, o estado reafirma seu papel estratégico na segurança alimentar global e na geração de divisas para o país.

Com a proximidade da semeadura da safra 2025/26, o levantamento do Imea serve como um termômetro para o planejamento de custos e de investimentos do setor. O relatório completo pode ser consultado no portal oficial do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária.

Fonte: Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea)

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