Segundo o relatório, o avanço foi impulsionado principalmente pela valorização das sementes — que tiveram aumento de 1,09% — e pelo encarecimento dos macronutrientes, que subiram 10,12% frente ao mesmo período do ano passado, alcançando R$ 1.289,31 por hectare. Esses componentes seguem como os principais responsáveis pela elevação dos custos totais de produção no estado.
Relação de troca impacta decisão do produtor
Diante do cenário de custos crescentes, a relação de troca (RT) — indicador que mede quantas sacas de milho são necessárias para adquirir determinados insumos — ganha ainda mais relevância para o planejamento da safra.
Conforme o Imea, para comprar uma tonelada de ureia, o produtor precisa entregar 76,66 sacas de milho. Já para a aquisição de uma tonelada de MAP (fosfato monoamônico), são necessárias 102,79 sacas. Em comparação com o mesmo período de 2024, a RT da ureia teve alta de 13,62%, enquanto a do MAP recuou 3,39% — movimento considerado favorável ao produtor.
“Esse tipo de análise permite ao produtor rural entender melhor o momento de compra e as condições ideais para equilibrar o custo e a rentabilidade da lavoura”, destacam os técnicos do Imea no boletim.
Cenário e perspectivas para a safra 2025/26
Com a alta dos insumos e a oscilação no preço do milho, os analistas reforçam a importância do planejamento financeiro e técnico para garantir rentabilidade. O acompanhamento da relação de troca, dos custos operacionais e das tendências de mercado deve orientar a estratégia dos produtores mato-grossenses nos próximos meses.
O Imea lembra ainda que, apesar da elevação dos custos, o ambiente produtivo em Mato Grosso segue sendo o mais competitivo do país, com elevada eficiência logística e produtividade média superior à média nacional. O desafio, segundo o órgão, está em equilibrar os investimentos e mitigar os riscos diante das oscilações de preço dos fertilizantes e do câmbio.
“O produtor mato-grossense é resiliente e busca constantemente otimizar sua produção. Mesmo com o aumento de custos, a adoção de tecnologias e o manejo eficiente ajudam a manter a competitividade no campo”, reforça o relatório.
Importância econômica do milho em Mato Grosso
Mato Grosso é o maior produtor de milho do Brasil, respondendo por mais de 30% da produção nacional. O cereal é uma das principais bases da economia do agronegócio estadual, com destaque para o uso na alimentação animal e para exportação. A cada safra, o estado reafirma seu papel estratégico na segurança alimentar global e na geração de divisas para o país.
Com a proximidade da semeadura da safra 2025/26, o levantamento do Imea serve como um termômetro para o planejamento de custos e de investimentos do setor. O relatório completo pode ser consultado no portal oficial do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária.