Famato mostra apreensão com impactos da tarifa dos EUA sobre carne bovina brasileira

Mato Grosso pode ser um dos estados mais prejudicados pela medida, com risco à competitividade do setor e à segurança jurídica do comércio internacional

Fonte: CenarioMT

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(FOTO CANVA)

A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) manifestou preocupação diante da decisão dos Estados Unidos de aplicar uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, incluindo a carne bovina. Como maior estado produtor do país, com rebanho superior a 30 milhões de cabeças, Mato Grosso pode ser diretamente atingido, afetando o desempenho das exportações e pressionando os custos de produção no campo.

De acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), em 2024, Mato Grosso embarcou 39.039 toneladas de carne bovina para os Estados Unidos, o que representa uma fatia significativa do total exportado pelo Brasil naquele ano, de 303.149 toneladas. Apenas no primeiro semestre de 2025, as exportações mato-grossenses já somam 26,55 mil toneladas, o que evidencia a relevância do mercado norte-americano para o setor pecuário estadual.

A Famato avalia que a imposição da tarifa compromete a previsibilidade nas relações comerciais e pode desencadear efeitos em cadeia na economia do estado, atingindo desde os produtores até os demais elos da indústria da carne. A entidade considera a medida uma ameaça à estabilidade do comércio internacional e um entrave à competitividade do agro brasileiro.

Diante desse cenário, a Famato defende que o Brasil adote uma postura firme e diplomática para reverter a decisão norte-americana e restabelecer a segurança jurídica necessária nas negociações comerciais. Segundo a entidade, é fundamental que o governo federal mobilize esforços em defesa da produção nacional, preservando o acesso aos mercados e a confiança dos investidores.