Embrapa Territorial mapeia tanques-rede de piscicultura no Paraná com apoio do Sistema Faep/Senar

Fonte: Assessoria

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Foto: Marcelo Fonseca

A Embrapa Territorial está mapeando os tanques-rede para produção aquícola do Paraná, estado que ocupa a primeira posição no ranking da piscicultura nacional. A iniciativa integra o projeto de pesquisa desenvolvido em parceria com a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Sistema Faep/Senar). Para a validação dos resultados obtidos com o mapeamento por imagens de satélite, neste mês de setembro, uma equipe da Embrapa Territorial visitou pontos em quatro municípios do Norte paranaense, às margens do rio Paranapanema, juntamente com membros do Sistema Faep/Senar.

Peixes e outros animais aquáticos podem ser criados em viveiros escavados ou tanques-rede. Os viveiros, em geral, são corpos d’água artificiais, criados pela escavação do solo. Já os tanques-rede são estruturas semelhantes a grandes gaiolas, instaladas dentro de rios e represas, dentro das quais as espécies aquáticas são cultivadas. No Brasil, os viveiros são predominantes, mas a estimativa do Ministério da Pesca e Aquicultura é de que mais de 100 milhões de toneladas de peixes tenham sido obtidas em tanques-rede instalados nas águas da União, em 2022.

A Embrapa Territorial vem visitando o mapeamento da aquicultura desde 2016. Já fornecemos um levantamento dos viveiros escavados nos municípios que respondem por 75% da produção de cada estado – trabalho que está sendo atualizado neste momento. Para o estado do Paraná, o mapeamento de viveiros abrange todos os municípios. Agora, a equipe está identificando, por imagens de satélite, os tanques-rede.

Nova estratégia

À frente do trabalho, o analista Marcelo Fonseca, da Embrapa Territorial, explica que a identificação de tanques-rede em imagens de satélite exige estratégias diferentes dos viveiros escavados. “Por serem estruturas muito pequenas e estarem dentro de corpos d’água, como rios e represas, é difícil identificar por imagem de satélite de resolução média espacial, ao contrário dos viveiros escavados”, disse. Os tanques-rede têm dimensões reduzidas, geralmente 2 x 2 metros, chegando a até 3 x 6 metros.

O mapeamento foi feito com a interpretação visual de imagens de satélite de alta resolução espacial de 2023 e 2024, com o Google Earth Pro, e cruzamentos com informações do Sistema Nacional de Águas da União (Sinau) e da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) . Normalmente, são encontrados itens de tanques, um ao lado do outro, formando diversas linhas. Cada uma dessas linhas foi mapeada e chamada de bateria. Assim, os dados preliminares do mapeamento registraram 611 baterias e 7.937 tanques em todo estado do Paraná.

No trabalho de campo, a equipe visitou os quatro municípios que concentram 56% dos tanques-rede mapeados: Alvorada do Sul, Primeiro de Maio, Itambaracá e Carlópolis. Dos 14 pontos previamente identificados por imagens de satélite e visitados, apenas um não tinha mais tanques-rede – havia sido desativado no início de 2025. Na maior parte deles, encontraram pessoas cuidando da produção, seja alimentando os peixes ou limpando as estruturas. “Uma das coisas que percebemos é que esses tanques ficam impregnados de mexilhões”, contou Marcelo, explicando uma das principais necessidades de limpeza.

Tilápia predomina

Além da validação dos pontos, a equipe apresentou dados sobre a produção, junto aos aquicultores. A tilápia reina absoluta como espécie cultivada e costuma ser a atividade principal da propriedade rural. Além dos frigoríficos, os pesqueiros são clientes dos piscicultores da região. Alguns produtores têm menor propriedade.

Depois do trabalho de campo, a Embrapa Territorial deve fazer os ajustes finais no mapeamento e produzir um relatório com o que foi levantado em campo. Demandas por capacitação foram elevadas nas conversas com os aquicultores. “Por serem municípios representativos, as informações de campo são muito importantes. As demandas podem ser da cadeia toda”, avalia Marcelo. O relatório e o banco de dados serão encaminhados à Faep.

O trabalho de campo foi realizado pela chefe-adjunta de P&D, Lucíola Magalhães, e pelos analistas André Farias e Marcelo Fonseca, da Embrapa Territorial. O Sistema FAEP esteve presente com apoio local do supervisor regional Umberto Valentini, do presidente do Sindicato Rural de Carlópolis, Marcelo da Luz e da mobilizadora do Sindicato Rural de Bandeirantes, Maria Fernanda da Silva.

Formado em Jornalismo, possui sólida experiência em produção textual. Atualmente, dedica-se à redação do CenárioMT, onde é responsável por criar conteúdos sobre política, economia e esporte regional. Além disso, foca em temas relacionados ao setor agro, contribuindo com análises e reportagens que abordam a importância e os desafios desse segmento essencial para Mato Grosso. Cargo: Jornalista, DRT: 0001781-MT