Na 32ª edição do Congresso Internacional da Indústria do Trigo , a ciência ganhou destaque com a participação da Embrapa Trigo nos debates tradicionalmente apresentados ao mercado. O evento, realizado de 20 a 22/10 no Rio de Janeiro, foi promovido pela Abitrigo.
No início dos anos 2000, a produção de trigo atendia 30% da demanda nacional. Na safra 2022, a produção supriu 83% da demanda, voltando ao cair em 2024 quando atendeu cerca de 60% do consumo. “Num cenário de crescimento contínuo de área e manutenção dos índices de produtividade nas atividades, a autossuficiência em trigo poderá ser alcançada nos próximos anos”, acredita o Chefe Geral da Embrapa Trigo, Jorge Lemainski.
Com base nos números que o gestor apresentou no Congresso, a área cultivada com trigo no Brasil tem se controlada em 3 milhões de hectares, mas com potencial de triplicar utilizando somente áreas com cultivo de grãos: “O maior potencial de crescimento está no ambiente tropical, utilizando o trigo como rotação para cultivos de verão e hortaliças. Somente nos estados da Região Centro-oeste, em locais com altitude acima de 800 metros, a área apta ao cultivo de trigo pode chegar a 6,7 milhões de hectares, segundo levantamento que fizemos com base no zoneamento agrícola de risco climático, o ZARC”.
Durante o evento, a Embrapa Trigo também apresentou o Programa Trigo Baixo Carbono , uma iniciativa que visa agregar valor à produção de trigo no Brasil com base na redução das emissões de gases de efeito estufa, especialmente carbono (CO2eq), além de adaptar a cultura do trigo aos extremos climáticos. “Viemos compartilhar o lançamento do programa com representantes do segmento da indústria do trigo, potenciais parceiros no desenvolvimento do trigo baixo carbono no Brasil”, conta a pesquisadora Vanderlise Giongo. Ela lembra que o edital de seleção de parceiros para apoiar o desenvolvimento do Programa Trigo Baixo Carbono está aberto até dia 22 de dezembro.
