A comercialização da safra 2024/25 de soja em Mato Grosso avançou 5,47 pontos percentuais no mês de maio, alcançando 76,02% da produção estimada, conforme dados divulgados por institutos especializados. O desempenho, embora expressivo, foi influenciado principalmente pela necessidade dos produtores em gerar caixa e liberar espaço nos armazéns para a próxima safra.
Apesar da movimentação positiva, o ritmo de vendas poderia ter sido ainda maior não fosse a retração no preço da oleaginosa, que registrou queda de 1,26% no comparativo mensal. A saca foi negociada, em média, a R$ 110,64 no mês, o que limitou o apetite dos agricultores por novas vendas.
Já para a safra 2025/26, o avanço nas negociações foi de 3,44 pontos percentuais, atingindo 14,15% da produção estimada. O impulso veio da leve valorização no preço da soja futura, que subiu 1,79% em maio, fechando com média de R$ 111,93 por saca. Esse cenário mais atrativo motivou parte dos produtores a garantir contratos antecipados.
No entanto, mesmo com a reação do mercado, a comercialização da safra 2025/26 segue abaixo do ritmo registrado no mesmo período do ano anterior — 2,36 pontos percentuais a menos. O recuo é atribuído às incertezas que cercam o próximo ciclo, tanto no campo climático quanto nos custos de produção e no cenário internacional.
O comportamento do mercado em Mato Grosso, principal produtor nacional, segue como termômetro para as estratégias de comercialização adotadas em outras regiões do país.