Lucas do Rio Verde foi palco, nesta quinta-feira (22), de mais uma edição do Circuito Aprosoja, que chega à sua 19ª edição reunindo produtores rurais, lideranças do agronegócio e representantes da comunidade. O evento teve como destaque a palestra do geofísico e divulgador científico Sérgio Sacani, conhecido como Serjão dos Foguetes, que trouxe reflexões sobre o uso de tecnologia, inteligência artificial e dados de satélite na agricultura.
O presidente do Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde, Tiago Cinpak, ressaltou a importância do evento como espaço de conexão entre o setor produtivo e a sociedade urbana. “O Circuito Aprosoja sempre traz nomes que estão em evidência nacional, mesmo fora do agro, e isso é importante para mostrar o valor do agronegócio. O produtor rural participa da vida cotidiana das pessoas, produz alimentos, fibras, energia, mas muitas vezes é invisibilizado pela distância entre o campo e a cidade. Esses eventos ajudam a aproximar esses dois mundos”, afirmou.
Já a delegada da Aprosoja no município, Taisa Botton, destacou a presença do público como sinal da relevância do Circuito. “A avaliação é extremamente positiva. A casa cheia mostra o interesse da comunidade. A Aprosoja está aqui com sua diretoria, fortalecendo os vínculos com os produtores e com os núcleos locais”, avaliou.
Circuito informativo
O presidente da Aprosoja Mato Grosso, Luiz Beber, reforçou que o Circuito é uma forma de levar informação e fortalecer os laços com os produtores em todas as regiões do estado. “Estamos passando por 33 cidades este ano. O objetivo é mostrar as ações da entidade e trazer discussões relevantes, como tecnologia e sustentabilidade, que ajudam o setor a evoluir. O público tem superado as expectativas e está engajado com os temas”, afirmou.
Sérgio Sacani, que ganhou notoriedade com seu canal de divulgação científica no YouTube, surpreendeu o público ao abordar temas como agricultura de precisão, uso de inteligência artificial e possibilidades do Brasil desenvolver seu próprio sistema de navegação por satélite. “A agricultura é o único setor hoje com força suficiente para pressionar pela criação de um GPS brasileiro. Isso pode reduzir riscos e custos, e aumentar a produtividade. O agro sofre com problemas como cintilação atmosférica, que atrapalha o sinal e paralisa equipamentos em campo”, explicou.
Sacani também destacou o papel da geofísica e da geologia na produção agrícola, ressaltando a importância do estudo do solo e dos minerais para a escolha de culturas e aumento de eficiência. “O solo argiloso ou arenoso, as propriedades minerais… tudo isso vem da geologia. Conhecer essa base ajuda o produtor a tomar decisões mais precisas”, disse, afirmando que também tem aprendido muito nas conversas com os produtores durante o circuito.
O evento evidenciou o compromisso da Aprosoja em ampliar o diálogo com a sociedade, valorizar o produtor rural e disseminar conhecimento técnico, num momento em que o setor enfrenta desafios com sustentabilidade, sucessão familiar e inovação tecnológica. Lucas do Rio Verde, mais uma vez, mostrou sua força como referência no agronegócio brasileiro.
