Os produtores rurais ligados à Associação Clube Amigos da Terra (CAT Sorriso) conquistaram reconhecimento nacional pela produção de alimentos de forma sustentável. O Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) reconheceu oficialmente o programa “Gente que Produz e Preserva”, sob gestão e responsabilidade do CAT Sorriso, como cumpridor dos requisitos de boas práticas agrícolas. A portaria foi publicada no Diário Oficial da União neste mês.
Em pouco mais de dez anos, o grupo, que começou com nove propriedades rurais — que tiveram a produção de soja certificada pelo padrão internacional RTRS —, saltou para 54 na safra 2024/2025. O selo conferido pela Associação Internacional de Soja Responsável (RTRS), sigla em inglês para Round Table on Responsible Soy, é uma referência global em sustentabilidade na produção agrícola. Para obter a certificação, os produtores precisam atender a 108 indicadores que comprovam o cumprimento de boas práticas agrícolas e empresariais, condições de trabalho responsáveis, relacionamento com a comunidade e responsabilidade ambiental.
Todo esse trabalho foi valorizado pelo MAPA. “Esta conquista representa um marco institucional histórico para o CAT Sorriso e para todos os produtores envolvidos no programa Gente que Produz e Preserva”, afirmou a coordenadora do CAT, Cristina Delicato. “Ele reforça a credibilidade, abre novas oportunidades econômicas e técnicas e consolida o compromisso do grupo com uma agricultura produtiva, sustentável e regenerativa”, completou.

Na última safra de soja, os produtores rurais produziram 684 mil toneladas do grão de forma sustentável e certificada pelo padrão RTRS. Com o reconhecimento de boas práticas agrícolas, validado pelo MAPA, os agricultores poderão acessar programas e financiamentos federais voltados à sustentabilidade, como o Programa ABC+ — Plano Setorial para Adaptação à Mudança do Clima e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária — e o RenovaBio, que instituiu a Política Nacional de Biocombustíveis no país.

Os associados do CAT cultivam alimentos adotando práticas do Sistema de Plantio Direto (SPD), Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF) e outras ações que atendem às exigências dos programas federais.
Os produtores rurais são responsáveis por mais de 9% de toda a soja certificada pela RTRS no mundo. Para a coordenadora do CAT Cristina Delicato, o reconhecimento do MAPA é complementar às certificações internacionais e aos compromissos do PCI (Produzir, Conservar, Incluir). “Isso gera sinergia entre políticas públicas brasileiras e padrões globais de sustentabilidade, posicionando o CAT como protagonista na integração entre certificação, rastreabilidade e desmatamento zero”, ressaltou.















