Em até 2 anos, o segmento de agroindústria nos quatro Estados da região Centro-Oeste devem ultrapassar 200 mil empregos. A informação foi confirmada durante a Jornada Nacional de Inovação da Indústria, iniciativa itinerante promovida pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) e pelo Sebrae, que encerrou sua passagem pela região Centro-Oeste na última semana, durante evento realizado na Expoind, feira de tecnologia industrial promovida pela Federação das Indústrias do Estado de Goiás (FIEG), no Centro de Convenções de Goiânia. O encontro reuniu representantes da indústria, do governo e de instituições de fomento para discutir os desafios e oportunidades da inovação nos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.
Entre 1996 e 2022, o Centro-Oeste registrou crescimento de 173% no Valor de Transformação Industrial (VTI) — o maior do país. Esse avanço foi impulsionado principalmente pela modernização da agricultura e da pecuária, setores que têm puxado a industrialização regional. O dado é do Observatório Nacional da Indústria, da CNI. O estudo aponta ainda que a expansão do agronegócio deve gerar 207 mil novos postos de trabalho até 2027, sobretudo em segmentos tecnológicos como agritechs, biotechs e nanotechs, com destaque para bioprodutos, bioinsumos e soluções em saúde.
Ao apresentar o panorama da região, o diretor de Desenvolvimento Industrial, Tecnologia e Inovação da CNI, Jefferson Gomes, destacou a necessidade de fortalecer as cadeias produtivas que transformam a matéria-prima local em produtos de maior valor agregado. “Temos que olhar para esses números e entender: se somos um dos maiores produtores de algodão, por que não temos proporcionalmente a mesma quantidade de indústrias têxteis? Porque nossa energia é cara, nossa infraestrutura e regulação ainda têm gargalos”, observou.
Segundo ele, a Jornada é também um exercício de escuta, que busca identificar as principais demandas de cada região para aprimorar políticas públicas e estratégias empresariais. No Centro-Oeste, os principais desafios identificados foram: escassez de capital humano qualificado (34,6%), resistência cultural e baixa maturidade digital (24,5%), burocracia e regulação excessivas (20,3%), além da necessidade de valorizar a biodiversidade e a ciência nacional (16,6%) e reduzir custos de infraestrutura e tecnologia (16,6%).
Por outro lado, o levantamento também mostrou caminhos promissores. Entre as principais oportunidades, estão a transição digital como motor de competitividade (34,6%), o acesso a fomento e financiamento para inovação (23,1%), os ganhos em eficiência e continuidade dos negócios (16,9%), o fortalecimento dos ecossistemas regionais e da inovação aberta (14,3%) e o aproveitamento estratégico da biodiversidade, com foco na economia circular (11,1%).
O encontro contou com a participação de representantes de deep techs, indústrias de diversos segmentos, Sebrae, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), governo de Goiás, BNDES, Finep e Embrapii, consolidando o encerramento da etapa regional com a proposta de transformar o potencial econômico do Centro-Oeste em riqueza tecnológica e inovação sustentável.
















