Apartamento entregue à Justiça de MT por delator é avaliado em R$ 2,3 milhões e deve ir a leilão

Fonte: G1 MT

1 200
Foto: Lislaine dos Anjos/ G1 MT

A Justiça homologou o valor do imóvel entregue pelo empresário Alan Malouf durante delação premiada em R$ 2,3 milhões. A decisão é da juíza Ana Cristina Silva Mendes, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá e diz respeito a terceira fase da Operação Sodoma. O imóvel vai a leilão neste ano, conforme consta na ação.

A entrega do imóvel localizado em Cuiabá faz parte do ressarcimento oferecido por Malouf para reparar danos causados aos cofres públicos por uma desapropriação paga de forma fraudulenta pelo Estado por uma área do Bairro Jardim Liberdade, em Cuiabá, no valor de R$ 31,7 milhões.

O empresário Alan Malouf, deve devolver R$ 5,5 milhões ao estado, como ficou acordado em delação à Procuradoria Geral da República (PGR), homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O montante corresponde a multas e indenização por danos morais, como ressarcimento ao erário pelos crimes praticados.

[Continua depois da Publicidade]

Para quitar a dívida, ele ofereceu à Justiça dois imóveis em Cuiabá, sendo um apartamento no Bairro Jardim Ubirajara e uma sala comercial no Bairro Jardim Cuiabá.

O restante da multa deve ser pago em 10 parcelas iguais no valor de R$ 212 mil. O pagamento começou em julho deste ano e deve seguir até dezembro de 2022.

Em depoimento à PGR, Alan denunciou suposto esquema de caixa 2 na campanha do governador Pedro Taques (PSDB), em 2014, entre outros crimes.

Segundo Malouf, ele e outros empresários doaram cerca de R$ 7 milhões à campanha de Pedro Taques, por meio de um acordo de que o dinheiro retornaria depois que Taques estivesse no comando do Poder Executivo.

Alan Malouf relatou que uma das formas de pagar o financiamento da campanha foi fraudar contratos para construção e reforma de escolas estaduais.

Autor da primeira ação de investigação do esquema de corrupção na Secretaria Estadual de Educação (Seduc), o Ministério Público Estadual (MPE) apontou que o grupo previa roubar do estado R$ 52 milhões, através do superfaturamento de obras.

Ele foi condenado a 11 anos de prisão por integrar uma organização criminosa que desviou verba da Secretaria Estadual de Educação (Seduc-MT) entre 2015 e 2016.

As fraudes são investigadas na Operação Rêmora. Malouf foi preso em dezembro do ano passado, mas solto alguns dias depois.

No entanto, por meio da defesa dele, propôs acordo de colaboração premiada e apresentou detalhes de um esquema de desvio de dinheiro público.