O vendedor Matheus Augusto Drago Schnoor e o veterinário Richard Bortolo Junior foram condenados pelo Tribunal do Júri de Sorriso por matar Everton Marcelo dos Passos e ocultar o corpo na zona rural do município. A sentença, anunciada ao fim da sessão que durou dois dias, fixou penas de 25 anos e 10 meses e 29 anos e 2 meses de reclusão, respectivamente, ambas em regime fechado.
A decisão refletiu o entendimento unânime do Conselho de Sentença, que acolheu a acusação apresentada pelo promotor de Justiça Luiz Fernando Rossi Pipino. Conforme a 2ª Promotoria Criminal, as provas reunidas ao longo da investigação demonstraram com clareza a participação dos dois réus no homicídio qualificado e na tentativa de ocultar o crime.
Segundo a denúncia, o crime ocorreu na madrugada de 7 de setembro de 2022, após um desentendimento considerado banal entre os envolvidos. A vítima, Everton Marcelo dos Passos, foi inicialmente atropelada pelos acusados e, em seguida, agredida com socos e pontapés. Depois das agressões, os autores colocaram Everton na carroceria de uma caminhonete e seguiram para uma área próxima ao Rio Lira, na zona rural do município de Mato Grosso.
No local, conforme relatado pelo Ministério Público, Everton foi atingido no pescoço com um instrumento cortante, sofrendo esgorjamento que causou sua morte. Para tentar impedir a descoberta do crime, o corpo foi lançado no Rio Lira. As qualificadoras apresentadas — motivo fútil, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima — foram integralmente reconhecidas pelos jurados, assim como o crime de ocultação de cadáver.
As quase 16 horas de julgamento distribuídas entre segunda-feira e terça-feira permitiram que a acusação apresentasse, ponto a ponto, a dinâmica do caso. Testemunhos, laudos periciais e demais elementos colhidos durante a investigação foram essenciais para reforçar a linha sustentada pela promotoria, que argumentou que havia materialidade e autoria devidamente comprovadas.
Um dos momentos de maior atenção ocorreu quando o Ministério Público detalhou os minutos finais da vítima, destacando a sequência de agressões e o deslocamento até a zona rural, reforçando a tese de que Everton não teve chance de reagir. Esse ponto, segundo integrantes do júri, pesou na avaliação da crueldade empregada no homicídio.
O promotor de Justiça Luiz Fernando Rossi Pipino avaliou a condenação como um marco significativo para a comunidade local. Em sua manifestação final, ele afirmou que a decisão reafirma o valor da vida humana e demonstra que práticas marcadas por violência e covardia não são toleradas pela sociedade de Sorriso.
Com a sentença já definida, o processo segue agora para as etapas formais de execução penal. Não há, até o momento, informação oficial sobre eventual recurso por parte das defesas. O Ministério Público destacou que continuará acompanhando o caso para garantir que a decisão do júri seja cumprida sem interferências.
A sessão plenária e as informações do julgamento foram divulgadas pela própria instituição responsável pela acusação.


















