A 22ª Marcha da Consciência Negra mobilizou centenas de pessoas na Avenida Paulista na manhã desta quinta-feira, em um ato marcado por manifestações culturais e discursos que ressaltaram a luta por inclusão e representatividade. Organizado pelo Movimento Negro Unificado e pela União de Negras e Negros pela Igualdade, o encontro destacou a relevância histórica de Palmares e de seus líderes.
A programação reuniu apresentações de dança e música de matrizes afro-brasileiras, com ritmos que passaram pelo reggae, MPB e Black Music. Entre as performances, lideranças enfatizaram a necessidade de mobilização contínua em torno de pautas comuns. Um dos organizadores, o professor Ailton Santos, afirmou que ainda é urgente garantir que a sociedade brasileira inclua plenamente aqueles que permanecem à margem.
Durante os discursos, destacou-se que as violências enfrentadas pela população negra vão além dos episódios extremos, envolvendo também questões cotidianas como mobilidade, segurança, saúde e educação. Santos defendeu o avanço de propostas de reparação voltadas à população negra.
Entre o público, relatos reforçaram a realidade enfrentada nas periferias. A copeira Ana Paula Félix, de 56 anos, afirmou que, apesar de avanços em políticas educacionais, persistem situações que expõem jovens negros a maior vulnerabilidade. Ela relatou a necessidade constante de orientar seus filhos sobre comportamentos que reduzam riscos de violência.
O grupo seguiu em caminhada até o Masp, onde foram apresentadas novas pautas e sugestões de participação em movimentos sociais. A atendente de telemarketing Giovana Santos, que acompanhou o ato, afirmou que considera essencial acompanhar políticas públicas e destacou preocupação com episódios de violência, incluindo ações policiais.
Para os participantes, a marcha reafirmou a importância da organização coletiva na defesa de direitos e no enfrentamento do racismo estrutural, reforçando a necessidade de diálogo e reivindicação contínua.
















