O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, remete à memória de Zumbi dos Palmares, líder do maior quilombo do país. A data, feriado nacional desde 2024, simboliza a resistência contra a escravidão negra e a luta por igualdade.
Antes de se tornar nacional, a data já era oficial em estados como Rio de Janeiro, Alagoas e São Paulo, e em mais de 1,2 mil municípios por meio de legislações estaduais e municipais.
A escolha de 20 de novembro surgiu em 1971, durante a ditadura militar, por estudantes e militantes negros de Porto Alegre (RS), que consideravam inadequadas as celebrações do 13 de maio, dia da assinatura da abolição da escravidão pela princesa Isabel. O grupo, formado por Oliveira Ferreira da Silveira, Ilmo Silva, Vilmar Nunes e Antônio Carlos Cortes, passou a se chamar Grupo Palmares.
Quem foi Zumbi?
O Quilombo dos Palmares se formou por volta de 1600, com negros fugitivos da escravidão nos engenhos de açúcar da Zona da Mata nordestina. Estabelecidos na Serra da Barriga, no atual município de União dos Palmares (AL), reuniram uma comunidade que chegou a 30 mil pessoas.
Durante o século 17, Palmares resistiu a ataques portugueses e holandeses e era composto por diversas aldeias com nomes africanos, indígenas e portugueses, como Aqualtene, Dombrabanga, Zumbi, Andalaquituche, Subupira, Tabocas e Amaro.
Zumbi nasceu livre em Palmares, por volta de 1655, provavelmente descendente do povo imbamgala ou jaga de Angola. Na infância, foi capturado por portugueses e entregue a um padre, que o batizou de Francisco e lhe ensinou português e latim. Aos 15 anos, fugiu e retornou a Palmares, adotando o nome Zumbi.
Aos 25 anos, tornou-se líder do quilombo, conduzindo a resistência contra invasões portuguesas. Em 1694, os portugueses atacaram a Aldeia do Macaco; Zumbi ferido, continuou a lutar na mata por mais de um ano. Em 20 de novembro de 1695, foi localizado, morto e esquartejado.

















