O setor têxtil e de confecção segue como uma das engrenagens mais ativas da economia nacional. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT), o segmento é responsável por 1,2% do PIB industrial do país e concentra 5,8% dos empregos na indústria de transformação. Números que mostram um mercado que, além de produzir, sustenta oportunidades.
Nos últimos anos, dois movimentos ganharam força: o avanço do mercado de malhas e a terceirização de produção. Para a empresária Ada Pereira, esses fatores abriram espaço para empreendedores que buscam renda ou autonomia no setor.
Segundo ela, o mercado informal tem papel decisivo nesse cenário. “Depois da pandemia, muita gente perdeu o emprego e decidiu trabalhar por conta própria. Muitos enxergaram no setor têxtil uma chance de recomeço, seja como fonte principal de renda ou complemento financeiro”, explica.
A empresária avalia que a terceirização permite que novos empreendedores ingressem no mercado com menos risco. “A terceirização virou uma ferramenta estratégica. Quem não tem estrutura para fabricar pode focar na venda, enquanto empresas especializadas assumem a produção”, destaca.
Outro ponto em destaque é o mercado de malhas, que movimenta costureiras, pequenos fabricantes e revendedores. Ada resume essa dinâmica com simplicidade: “Vestir é necessidade diária. Por isso, o setor se mantém em movimento constante.”
Ela também observa que o início informal, quando bem conduzido, pode ser etapa de aprendizado e observação das demandas reais do público. “A maioria começa informal para entender o mercado. É um processo natural”, afirma. Com o crescimento, no entanto, ela reforça que a formalização se torna indispensável para acesso a crédito, fornecedores e segurança jurídica. Nesse caminho, o MEI é citado como ferramenta de inclusão produtiva.
Para Ada, o crescimento sustentável exige três pilares: constância, inovação e qualidade. “A concorrência é grande. Conhecer o cliente e entregar o que ele realmente espera é o que transforma um trabalho inicial em negócio de verdade.”
O setor têxtil, altamente influenciado pelo comportamento do consumidor, se mostra acessível, mas exige preparo. Assim como em outros segmentos da economia brasileira, a entrada é simples, mas a permanência depende de conhecimento, profissionalização e visão.
Coluna Sonho & Negócios – Sr. Davi Santiago
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