BRB tem presidente e diretor afastados após operação da PF

A Justiça determinou o afastamento temporário da cúpula do banco após avanços nas investigações sobre supostas fraudes em créditos. A instituição afirma que mantém a normalidade das operações.

Fonte: CenárioMT

BRB tem presidente e diretor afastados após operação da PF
Foto: Paulo H. Carvalho/Agência Brasília

A Justiça decidiu afastar temporariamente o presidente do Banco de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa, e o diretor de Finanças e Controladoria, Dario Oswaldo Garcia Júnior, após nova etapa das investigações da Operação Compliance Zero. Deflagrada pela Polícia Federal, a ação também levou à prisão do empresário Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master.

O banco público informou que ambos permanecerão afastados por pelo menos 60 dias e ressaltou que continuará operando normalmente, preservando a segurança das operações e de sua estrutura interna.

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Tentativa de compra

Em março, o BRB comunicou ao mercado a intenção de adquirir o Banco Master por R$ 2 bilhões, valor equivalente a 75% do patrimônio consolidado da instituição. A proposta gerou questionamentos no setor financeiro, já que o desempenho do Master provocava desconfiança entre analistas.

Meses depois, o Banco Central rejeitou a operação, encerrando a negociação.

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Operação da PF

A investigação da PF, iniciada em 2024, apura a emissão de títulos de crédito falsos por instituições do sistema financeiro. Segundo as apurações, há indícios de criação de operações fictícias para simular empréstimos e valores a receber, posteriormente negociados com outros bancos.

Após validação contábil pelo Banco Central, os títulos suspeitos eram substituídos por outros ativos sem avaliação técnica adequada. O Banco Master aparece como o principal foco da investigação aberta a pedido do Ministério Público Federal.

Em nota, o BRB afirmou que sempre atuou em conformidade com regras de transparência e compliance, fornecendo informações regulares às autoridades sobre transações ligadas ao Master.

Contexto

O Master ganhou notoriedade ao oferecer rendimentos de até 140% do CDI para atrair investidores, acima das taxas praticadas por instituições de menor porte. A estratégia reforçou dúvidas sobre a sustentabilidade financeira do banco, agravadas por operações envolvendo precatórios e tentativas frustradas de captação em dólar.

Na véspera da operação da PF, o grupo Fictor anunciou a compra do Master. A reportagem segue em busca de posicionamentos das defesas de Costa, Júnior e Vorcaro.

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Gustavo Praiado é jornalista com foco em notícias de agricultura. Com uma sólida formação acadêmica e vasta experiência no setor, Gustavo se destaca na cobertura de temas relacionados ao agronegócio, desde insumos até tendências e desafios do setor. Atualmente, ele contribui com análises e reportagens detalhadas sobre o mercado agrícola, oferecendo informações relevantes para produtores, investidores e demais profissionais da área.