Etanol ganha força em Mato Grosso e lidera competitividade frente à gasolina na segunda semana de novembro
Levantamento da ANP aponta cenário favorável ao biocombustível, com Mato Grosso entre os quatro Estados onde o etanol apresenta melhor custo-benefício
Cuiabá — segunda-feira, 17 de novembro — O comportamento recente dos preços dos combustíveis no Brasil voltou a colocar o etanol no centro das atenções, especialmente em Mato Grosso. Dados divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), referentes ao período de 9 a 15 de novembro, indicam que o biocombustível apresentou competitividade superior à gasolina em apenas quatro Estados: Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná e São Paulo. O resultado reforça a força do setor sucroenergético no Centro-Oeste e no Sudeste, além de expor uma tendência de estabilidade que vem se consolidando nas últimas semanas.

O índice de paridade — utilizado pelos consumidores para avaliar se compensa abastecer com etanol em vez de gasolina — ficou em 69,64% na média nacional, conforme o levantamento compilado pelo AE-Taxas. Na prática, quando o percentual fica abaixo de 70%, o etanol tende a ser a opção economicamente mais vantajosa. Em Mato Grosso, esse indicador recuou para 69,05%, mantendo o Estado entre os principais polos de competitividade do biocombustível no País.
Desempenho do etanol em Mato Grosso e impacto no consumo
O comportamento registrado nos postos mato-grossenses está alinhado à produção regional e ao modelo logístico favorável que o setor sucroenergético possui no Estado. Com usinas distribuídas em várias regiões produtoras, como em municípios do eixo agrícola do Médio-Norte — região frequentemente destacada em pautas econômicas (veja mais notícias de Mato Grosso) — o etanol acaba sofrendo menos impacto de transporte e mantém estabilidade ao consumidor.
Além disso, a estrutura da frota local, composta majoritariamente por veículos flex, torna Mato Grosso um mercado especialmente sensível às variações entre etanol e gasolina. Especialistas lembram que a competitividade pode ser ainda maior conforme o modelo do veículo e sua eficiência energética, já que alguns automóveis mantêm boa performance mesmo quando a paridade ultrapassa ligeiramente os 70%.
Cenário nacional e posição dos demais Estados
Nos outros Estados que completam a lista, os índices também apontaram resultados consistentes: Mato Grosso do Sul registrou 66,16%, Paraná ficou em 68,32% e São Paulo atingiu 67,99%. Esses números reforçam o desempenho histórico do etanol nesse eixo geográfico, onde a produção é elevada e os custos logísticos são mais equilibrados.
Nas demais unidades da federação, a gasolina ainda se mantém como a escolha de maior rentabilidade ao motorista, devido à relação de preços desfavorável ao etanol. Em estados mais distantes das principais regiões produtoras, os custos de distribuição acabam encarecendo o biocombustível, o que impede melhor competitividade no curto prazo.
Perspectivas e próximos passos para o setor
O mercado acompanha com atenção o comportamento dos preços nas próximas semanas. Consumidores de Mato Grosso, assim como de outras regiões com forte atuação no agronegócio — como é o caso de áreas produtivas acompanhadas nos conteúdos do CenárioMT Agro — devem continuar encontrando vantagem ao abastecer com etanol enquanto os indicadores se mantiverem abaixo do patamar crítico da paridade.
Executivos do setor ressaltam que o aumento da oferta ao final de safra e a queda sazonal na demanda podem garantir preços mais estáveis ao etanol até o fechamento do ano. Já a gasolina segue impactada por fatores internacionais, como o comportamento do petróleo e os reajustes das refinarias.
Com um cenário favorável em Mato Grosso e em outros três Estados, o etanol reafirma sua importância não apenas como alternativa sustentável, mas também como opção economicamente estratégica ao consumidor brasileiro. A combinação entre produção local robusta, logística favorável e alta adesão de veículos flex coloca o Estado em posição de destaque na dinâmica nacional dos combustíveis.
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