A COP30 chega à etapa decisiva em Belém com a entrada direta de ministros nas negociações, em busca de consenso para definir os acordos que orientarão a política climática nos próximos anos. O resumo das consultas da presidência, divulgado no domingo (16), destacou impasses relacionados à ampliação das metas de NDCs e ao financiamento de países desenvolvidos para nações em desenvolvimento, pontos que ainda não avançaram para a agenda de ação.
Outro eixo sensível é a Meta Global de Adaptação (GGA), considerada um dos resultados mais aguardados do encontro, mas que segue sem consenso. Especialistas avaliam que o documento divulgado até agora retrata fielmente o quadro técnico, reforçando a necessidade de um novo ciclo que una transição e implementação.
A falta de diretrizes mais objetivas para redução do desmatamento e transição energética tem gerado preocupação entre organizações climáticas. Para analistas, esses temas seguem fortes em eventos paralelos, mas precisam aparecer no texto oficial.
Com o início do segmento político nesta segunda-feira (17), a expectativa é de maior tração para fechar acordos. A segunda semana costuma concentrar decisões de alto nível, com ministros assumindo a negociação dos textos preliminares produzidos pelos órgãos técnicos.
Na plenária de abertura, o vice-presidente Geraldo Alckmin defendeu a condução das ações climáticas baseada em ciência e solidariedade, citando como prioridades a transição energética e a eliminação do desmatamento ilegal.
Adaptação climática
O tema da adaptação permanece indefinido. Embora um rascunho com 100 indicadores tenha sido concluído, o Grupo Africano mantém resistência, defendendo estender a discussão técnica até 2027. O texto será analisado em nível ministerial ao longo da semana, com expectativa de avanço.
As negociações incluem ainda os Planos Nacionais de Adaptação e o Fundo de Adaptação, ambos com rascunhos processuais encaminhados. A proposta de criação de um programa de trabalho sobre transição justa também avança sem consenso.
