A COP30 inicia sua fase decisiva com a chegada de autoridades de diversos países e a expectativa de negociações mais rápidas na plenária de alto nível desta segunda-feira (17). Cerca de 160 ministros participam das tratativas que terão impacto direto nas decisões finais da conferência.
O foco central é alcançar consenso sobre financiamento climático, parâmetros de adaptação e mecanismos de monitoramento das metas de redução de emissões.
A sessão foi aberta pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que destacou a urgência de transformar compromissos em ações concretas. Segundo ele, cada aumento de temperatura representa riscos crescentes para populações vulneráveis.
Em seus discursos, representantes reforçaram que a conferência precisa marcar o início de uma década de aceleração na implementação de metas e não apenas na formulação delas.
Negociadores relatam avanços em grande parte dos 145 itens já acordados, mas reconhecem que a transição das discussões técnicas para o nível político intensifica os debates sobre adaptação, transição justa e financiamento.
A segunda semana também reforça a necessidade de colocar a natureza no centro da ação climática, com ênfase na proteção de florestas, no respeito aos povos indígenas e na expansão de soluções baseadas na natureza.
Outro ponto aguardado é a definição de indicadores de adaptação, com uma lista proposta de até cem métricas voltadas a questões nacionais, temáticas e de implementação, incluindo capacitação e tecnologia.
Também entram em pauta os direitos e a liderança de povos indígenas e afrodescendentes, além de debates sobre como fortalecer mecanismos de financiamento climático sob governança territorial.
Avanços recentes incluem as discussões para um roteiro global de eliminação gradual dos combustíveis fósseis e para o desmatamento zero, temas que até então não tinham consenso.
O financiamento climático segue como o principal impasse. A implementação do Artigo 9.1 do Acordo de Paris, que determina apoio financeiro de países desenvolvidos aos países em desenvolvimento, é um dos temas centrais.
A COP29 definiu US$ 300 bilhões anuais para financiamento, valor considerado insuficiente. As presidências da COP29 e COP30 sugeriram mobilizar até US$ 1,3 trilhão ao ano, mas não há garantia de avanço nesta edição, embora países em desenvolvimento defendam volumes maiores para enfrentar a emergência climática.



















