O vice-presidente Geraldo Alckmin destacou, na abertura da plenária de alto nível da COP30, que o Brasil pretende deixar como legado mapas de ação que impulsionem a transição energética, combatam o desmatamento ilegal e fortaleçam a valorização das florestas, com foco na socio-bioeconomia. Ele afirmou que a conferência representa a passagem da negociação para a implementação, etapa considerada essencial para acelerar políticas de combate às mudanças climáticas.
Alckmin ressaltou que as decisões tomadas em Belém devem reforçar mecanismos de cooperação e criar novos arranjos para ampliar a atuação global. O vice-presidente defendeu a necessidade de triplicar a produção mundial de energia renovável e dobrar a eficiência energética até 2030, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis. Segundo ele, a capacidade atual ainda está distante do necessário para atingir esses objetivos.
O Brasil, afirmou, reduziu em 50% o desmatamento ilegal e integra o grupo de países que buscam quadruplicar o uso de combustíveis sustentáveis até 2035. Ele reforçou que metas ambiciosas são essenciais para cumprir o Acordo de Paris e destacou a importância de NDCs alinhadas ao limite de 1,5 ºC de aquecimento global.
Alckmin defendeu ainda a cooperação entre governos, setor produtivo e comunidades locais. Para ele, a preservação das florestas depende diretamente das populações que vivem na Amazônia, incluindo povos indígenas e comunidades tradicionais. O vice-presidente destacou o valor do conhecimento ancestral como elemento-chave para uma economia sustentável.
Ele citou também a necessidade de soluções criativas em áreas estratégicas, especialmente na bioeconomia e na descarbonização. Uma das propostas mencionadas foi a criação de uma Coalizão Global de Mercados Regulados de Carbono, com mecanismos transparentes e acordados coletivamente.
Reta final da conferência
A COP30 entra na fase decisiva nesta semana, com a chegada de cerca de 160 autoridades de alto escalão. As discussões buscam consenso sobre financiamento climático, parâmetros de adaptação e estratégias de implementação das metas de redução de emissões.
Alckmin afirmou que esta deve ser a conferência da verdade e da responsabilidade, defendendo decisões que preservem as condições de vida no planeta, protejam a biodiversidade e assegurem justiça para as próximas gerações.


















