A celebração dos 30 anos da primeira parada do orgulho LGBTI+ no Brasil retorna à Praia de Copacabana no próximo domingo (23), reforçando a trajetória iniciada em 1995 e projetando novas pautas para o futuro.
A mobilização tem origem na Marcha da Cidadania, realizada em 25 de junho daquele ano, ao encerramento da Conferência Mundial da Associação Internacional de Gays e Lésbicas. O encontro ampliou a visibilidade da comunidade, articulou grupos nacionais e impulsionou a criação de paradas pelo país, em um cenário até então dominado pela urgência de combater a epidemia de HIV/Aids.
Especialistas destacam que o modelo de manifestação adotado no Rio dialogou com a sociedade e consolidou uma agenda mais ampla de direitos. A partir dali, o movimento ganhou força e alcançou milhões de participantes nas décadas seguintes, especialmente em grandes capitais.
Primeira tentativa
A construção da conferência começou anos antes, quando ativistas oficializaram a candidatura do Rio em 1991. Antes disso, uma tentativa de realizar uma parada em Copacabana reuniu menos de 30 pessoas, levando os grupos envolvidos a repensarem estratégias e fortalecerem a autoestima da comunidade.
Nos anos seguintes, encontros culturais e sociais ajudaram a ampliar a confiança do público. Um marco foi a cerimônia pública de casamento de dois ativistas em 1994, além de uma tarde de convivência no jardim do Museu de Arte Moderna, que reuniu 600 participantes.
1995: o marco inicial
Com a confirmação da conferência, o Grupo Arco-Íris enfrentou dificuldades financeiras e estruturais, recorrendo a doações e apoio de entidades e artistas para viabilizar o evento. Entre 18 e 25 de junho de 1995, o encontro reuniu milhares de pessoas por dia e trouxe debates sobre temas que só seriam conquistados judicialmente décadas depois, como o casamento homoafetivo e o reconhecimento da discriminação contra a população LGBTI+.
A parada realizada ao fim da conferência se tornou símbolo de mobilização, abrindo caminho para edições anuais. A bandeira arco-íris de 124 metros, presente desde a primeira edição, virou ícone da manifestação.
Pertencimento
A divulgação feita em espaços de convivência da comunidade ampliou a adesão à marcha. Para muitos participantes, o evento marcou uma sensação de reconhecimento e mudança social. A partir dali, militantes viajaram pelo país ajudando a organizar as primeiras paradas em outras cidades.
Histórias pessoais de ativistas mostram como a marcha de 1995 se tornou um ponto de virada no movimento nacional. Relatos destacam o impacto emocional da participação e o sentimento de coletividade construído ao longo dos anos, que segue motivando gerações.
















