Embrapa lança tecnologias para uma agropecuária sustentável de Norte a Sul do país

Fonte: Assessoria/Ana Laura Lima

Foto: Saulo Coelho

Produtividade, adaptação e descarbonização marcaram o lançamento de tecnologias da Embrapa na tarde deste domingo (16), na AgriZone. Cultivares, softwares, mapas, metodologias e sistemas agropecuários que apresentam para aumentar a produtividade de trabalhos, reduzir a emissão de gases de efeito estufa e adaptar a agropecuária frente às mudanças climáticas foram apresentados ao público na arena principal da Casa da Agricultura Sustentável na COP30.

Para a diretora de Inovação, Negócios e Transferência de Tecnologias da Embrapa, Ana Euler, a COP se concretiza como um momento de prestação de contas à sociedade brasileira e de posicionar a agricultura e a ciência para o mundo. “É possível produzir com sustentabilidade, é possível produzir com a floresta. Floresta e agricultura integram a paisagem rural brasileira”, afirmou o diretora no lançamento.

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Dezessete cultivares, entre feijão, arroz, soja, algodão, trigo, amendoim, sorgo e mandioca, aliam produtividade, adaptação e resistência. Um dos destaques é a BRS Jacundá, de mandioca , voltada para o estado do Amazonas. Essa variedade possui características agronômicas superiores aos materiais técnicos usados ​​no campo, com produtividade 300% maior que a média estadual.

O Amazonas produziu, em 2024, 760 mil toneladas de mandioca com uma produtividade média de 10 mil kg/ha. A BRS Jacundá apresenta produtividade de raízes superiores a 30 mil quilos. Além de resistência a pragas e doenças, a cultivar apresenta polpa amarela, ideal para a produção de farinha de mesa e tucupi, atendendo ao gosto do consumidor regional.

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“Essa cultivar representa a força da agricultura na Amazônia, traz maior valor agregado ao produto, gerando renda e contribuindo para a segurança alimentar da população amazônica”, ressaltou Massruhá.

Ó dígitos

Cinco ativos digitais também foram lançados, entre eles o Irrifert, aplicativo que calcula a necessidade de supervisão e fertirrigação para a cultura da maçã em pomares da região Sul do Brasil.

O Irrifert já apresentou resultados expressivos: aumento médio de 19% na produtividade da variedade Gala e de mais de 50% na Fuji, além de frutos com maior calibre e qualidade.

Mapas, sistemas e protocolos

Para responder à crise climática e garantir a produção de hortaliças, a Embrapa apresentou os Mapas de Risco Climático para a Produção do Alface . Trata-se de um ativo cartográfico que pode subsidiar as pesquisas com hortaliças. Esse conjunto de mapas apresenta vulnerabilidade climática e os impactos da severidade térmica no cultivo da alface no Brasil.

Além desse mapa, foram lançados também outros quatro ativos cartográficos e ainda quatro sistemas de produção, processos e práticas agropecuárias.

O protocolo Carne Baixo Carbono , desenvolvido pela Embrapa em parceria com a MBRF e com apoio da ONG Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, ganhou destaque no evento de lançamento. A ferramenta estabelece critérios técnicos e indicadores que permitem monitorar e certificar propriedades rurais que aplicam sistemas de intensificação sustentável — integração laboral-pecuária (ILP), pastagens de alto desempenho produtivo, recuperação de pastagens e manejo eficiente do solo e da água.

“É um lançamento emblemático para o enfrentamento às mudanças climáticas. Esse primeiro protocolo traz aprendizados para tantos outros que estão em desenvolvimento para uma agricultura mais resiliente e com cada vez menos emissões”, concluiu Ana Euler, diretora de Inovação da Embrapa.

Centro de referência em agricultura tropical

No evento de lançamento das tecnologias, a presidente Silvia Massruhá anunciou que um dos legados importantes da COP é a consolidação da sede da Embrapa no Pará como um centro de referência em agricultura tropical e regenerativa para o mundo. “As vitrines implantadas neste centro são espaços permanentes de demonstração de descarbonização da agricultura, pecuária, de agrofloresta e de cooperação em ciência e tecnologia. E a instituição estará de portas abertas para mostrar ao mundo a agricultura brasileira”, enfatizou.

As duas maiores vitrines vivas da AgriZone, na sede da Embrapa Amazônia Oriental, apresentam sistemas agroalimentares de produção, tecnologias sociais, sistemas agrossilvipastoris, agroflorestais e cultivares adaptados ao clima tropical. O espaço está aberto à visitação das 10h às 18h até o dia 21/11.

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Jornalista formado (DRT 0001781-MT), atua no CenárioMT na produção de conteúdos sobre política, economia, esportes e temas do agronegócio em Mato Grosso. Com experiência consolidada na redação e apuração regional, busca entregar informação clara e contextualizada ao leitor. Aberto a pautas e sugestões. Contato: [email protected] .