A mostra “HIP-HOP 80’sp – São Paulo na Onda do Break”, em cartaz no Sesc 24 de Maio, apresenta um amplo panorama sobre a evolução do hip-hop e sua influência nas ruas da capital paulista e de outras regiões do país.
Com curadoria de nomes consagrados da cena, como OSGEMEOS, Rooneyoyo e Sharylaine, a exposição reúne mais de 3 mil itens, entre fotografias, roupas, discos, equipamentos e registros audiovisuais que ajudam a reconstruir a memória do gênero.
Um dos pontos centrais da mostra é o papel das mulheres na consolidação do movimento. Artistas como Sharylaine e Rose MC destacam que, nos anos 1980, elas enfrentaram barreiras impostas por um ambiente marcado pelo machismo e preconceito, conquistando espaço por meio da persistência e do talento.
A visitação segue aberta até 29 de março de 2026, de terça a sábado, das 9h às 21h, e aos domingos e feriados, das 9h às 18h.
Origem
O hip-hop surgiu entre as décadas de 1960 e 1970, no sul do Bronx, em Nova York, área marcada por violência, conflitos entre gangues e forte repressão policial. Segundo os curadores, a proposta da mostra é reconstruir o contexto vivido pelos jovens daquela época e o improviso que impulsionou a criação de novas formas de expressão.
A exposição relembra figuras fundamentais para a difusão da cultura, como Martha Cooper e Henry Chalfant, responsáveis por alguns dos primeiros registros fotográficos e audiovisuais do movimento. O filme Style Wars, de Chalfant, é considerado um dos documentários mais importantes sobre o tema.
Também são mencionados nomes como Afrika Bambaataa, criador da primeira casa dedicada ao hip-hop em 1983; o grupo Sugar Hill Gang, responsável por lançar a primeira gravadora do gênero; Van Maude, referência no graffiti; e Michael Jackson, que ajudou a expandir o break ao incorporá-lo em suas performances.
Parte do acervo é apresentada por meio de manequins que reproduzem a aparência dos artistas homenageados. Diversas peças de vestuário expostas são originais e foram cedidas especialmente para a mostra.
Brasil
Não há data precisa para a chegada do hip-hop ao Brasil, mas a expansão do gênero é associada aos anos 1980, quando o dançarino Ricardinho, do Electric Boogies, retornou dos Estados Unidos e passou a se apresentar no centro de São Paulo.
De acordo com os curadores, suas apresentações em bairros e ruas movimentadas despertaram curiosidade e formaram rodas de break, que logo se espalharam pela cidade. As ruas 24 de Maio e São Bento tornaram-se pontos de encontro, atraindo jovens e também episódios de repressão policial.
Um dos murais da exposição destaca que os dançarinos eram frequentemente vistos como “vagabundos e marginais”, principalmente por serem jovens pretos, pardos e periféricos.
A influência do hip-hop permanece visível em vários espaços urbanos, como no Beco do Batman, na Vila Madalena, onde o graffiti se tornou marca registrada.
A mostra pode ser visitada até 29 de março de 2026, no Sesc 24 de Maio, na região central da cidade, com funcionamento de terça a sábado, das 9h às 21h, e aos domingos e feriados, das 9h às 18h.


















