Produtos de Mato Grosso ganham vitrine na COP30

Agricultores familiares exibem diversidade produtiva na COP30, conforme o Consórcio da Amazônia Legal.

Fonte: CenárioMT

Produtos de Mato Grosso ganham vitrine na COP30
Produtos de Mato Grosso ganham vitrine na COP30 - Foto: Divulgação Mtur

Produtos de Mato Grosso ganharam destaque na COP30, em Belém (PA), conforme informado pelo Consórcio da Amazônia Legal, que reúne os nove estados da região amazônica. A reportagem confirmou que amostras de 16 produtores de pequena escala foram selecionadas para compor o estande oficial do consórcio, onde são exibidos itens da agricultura familiar, de comunidades quilombolas e de povos indígenas.

Entre os destaques está a produtora Jacira Corrêa Sarate, moradora da comunidade quilombola Mata Cavalo, em Nossa Senhora do Livramento. Conforme apurado, ela enviou ao evento licor de casca de jatobá, garrafadas medicinais, pomadas naturais, gin do cerrado e a tradicional paçoca de pilão. Jacira, descendente de escravizados e referência em ervas medicinais, mantém práticas transmitidas por gerações.

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Segundo nota oficial da Secretaria de Estado de Agricultura Familiar (Seaf), com apoio da Empaer, outras quinze iniciativas foram selecionadas para representar Mato Grosso na COP30. O técnico Geraldo Donizete Lúcio afirmou que a mostra reúne produtos florestais, mel, castanhas, pequi, jatobá e o primeiro café indígena produzido no estado, desenvolvido pela etnia Umutina, de Barra do Bugres.

Contexto e relevância da participação

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima é considerada uma das principais arenas globais para discussão ambiental. Dados do Itamaraty apontam que o Brasil é responsável por cerca de 60% da Amazônia, o que reforça o interesse internacional pelas cadeias produtivas sustentáveis da região. Para os pequenos produtores, a vitrine global representa potencial de expansão comercial e fortalecimento da agricultura familiar.

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O cacique Felisberto Copodonepá destacou que o cultivo do café Umutina é resultado de programas oficiais como o MT Produtivo Café, que forneceu mudas, sistemas de irrigação e patrulha mecanizada. Segundo ele, a iniciativa criou uma nova fonte de renda para a comunidade indígena.

Produtos levados à COP30

  • Cachaças e licores artesanais de São José do Rio Claro e Poconé;
  • Mel e derivados de Cáceres e Poconé;
  • Café indígena robusta amazônico da Terra Indígena Umutina;
  • Colorau, cappuccino de babaçu e castanha de baru de Santo Antônio do Leverger;
  • Rapaduras, doces tradicionais e bonecas artesanais de Várzea Grande, Rosário Oeste e Cuiabá;
  • Hidromel produzido em Sinop;
  • Castanhas e iguarias amazônicas de Alta Floresta.

A Casa Civil confirmou que foi responsável pela logística de transporte dos itens até Belém. Pequenos empreendedores relataram à reportagem que já receberam encomendas de estados como Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo após a exposição dos produtos de Mato Grosso na conferência.

Por que isso importa

A participação de produtores familiares na COP30 reforça o papel da bioeconomia amazônica como vetor de desenvolvimento. Documentos oficiais do Ministério do Meio Ambiente, disponíveis em seu portal institucional, apontam que cadeias sustentáveis geram renda sem ampliar o desmatamento — ponto central nas negociações climáticas globais.

Reportagem baseada em informações fornecidas pelo Consórcio da Amazônia Legal, Seaf e documentos oficiais públicos.

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Graduada em Jornalismo pela Faculdade La Salle em Lucas do Rio Verde (MT), atuou como estagiária na Secretaria Municipal de Educação. Desde 2010 trabalha na redação e, atualmente, é repórter e redatora do CenárioMT nas editorias Mundo, Mato Grosso e Cidadania. Para dúvidas, correções ou sugestões de pauta, entre em contato: [email protected]