Povos de diferentes regiões da América do Sul se reuniram em Belém durante a Marcha Mundial pelo Clima, que mobilizou cerca de 70 mil participantes durante a COP30. Lideranças indígenas aproveitaram o ato para cobrar a demarcação de territórios e o reconhecimento pleno de seus direitos.
Cristian Flores, integrante da Plataforma Boliviana Frente à Mudança Climática, afirmou que a presença da sociedade civil é essencial para garantir que as demandas dos povos originários integrem as discussões oficiais. Segundo ele, delegações enfrentaram barreiras para participar dos debates, frequentemente dominados por representantes governamentais.
“As COPs acabam sendo espaços muito elitistas, unicamente para os delegados dos países membros da ONU, que, no final de tudo, tomam decisões importantes sem escutar devidamente a sociedade civil”, declarou.
A delegação boliviana está no Brasil desde 4 de novembro e acompanha fóruns indígenas até o dia 21. Flores destacou a recepção calorosa do público local e afirmou que a Cúpula dos Povos é um espaço importante, embora ainda exija avanços para transformar propostas em ações concretas.
União indígena
Cahuo Boya, liderança do povo Wairani, no Equador, participou do encontro para reforçar a articulação da Amazônia. Ela afirma que o governo equatoriano não respeitou a consulta popular sobre atividades extrativistas em territórios tradicionais.
Boya alerta que petróleo e mineração provocam impactos em toda a região amazônica, exigindo uma agenda conjunta. Segundo ela, a união entre povos sul-americanos é fundamental para ocupar espaços de decisão e garantir que suas reivindicações sejam ouvidas.



















