A redução das tarifas de importação anunciada pelos Estados Unidos para aproximadamente 200 produtos alimentícios foi classificada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin como um movimento positivo, ainda que insuficiente para eliminar distorções que afetam diretamente o Brasil. Ele destacou que, apesar da retirada da taxa global, a sobretaxa de 40% exclusiva aos produtos brasileiros permanece, limitando a competitividade nacional.
Segundo Alckmin, setores como o de suco de laranja foram amplamente beneficiados com a eliminação total da tarifa de 10%. Já o café brasileiro teve a alíquota reduzida de 50% para 40%, enquanto concorrentes internacionais conseguiram cortes mais amplos. O vice-presidente enfatizou que esse desequilíbrio exige novas negociações para evitar perda de espaço no mercado norte-americano.
A decisão do governo dos EUA foi anunciada após discussões diplomáticas recentes envolvendo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e autoridades brasileiras. A medida elevou de 23% para 26% o volume de exportações brasileiras isentas de sobretaxas, movimentando cerca de US$ 10 bilhões.
Impacto por setor
- Suco de laranja: tarifa zerada, favorecendo um mercado de US$ 1,2 bilhão.
- Café: redução de 50% para 40%, mas com perda de competitividade frente a países como Vietnã.
- Carne bovina e frutas: alíquotas passaram de 50% para 40%, impacto considerado limitado.
Posicionamento dos EUA
O governo norte-americano afirma que o ajuste tarifário busca conter a inflação de alimentos e ampliar a oferta interna. O presidente Donald Trump classificou a mudança como um “pequeno recuo” e sinalizou não haver necessidade de novas reduções no curto prazo.
Negociações em andamento
Alckmin também lembrou avanços recentes, como a retirada da tarifa global e da sobretaxa sobre ferro-níquel e celulose, além de reduções aplicadas a madeira e móveis. Essas decisões, baseadas em legislações internas dos EUA, afetaram diversos países e não alteraram a competitividade entre exportadores.


















