As vendas do comércio brasileiro recuaram 0,3% entre agosto e setembro, marcando a quinta queda em seis meses, segundo a Pesquisa Mensal de Comércio divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em agosto, o setor havia avançado 0,1%, mas o desempenho continua instável desde abril, quando começou uma sequência de resultados negativos.
No acumulado de 12 meses, o comércio registra crescimento de 2,1%, o menor desde janeiro de 2024. Desde abril, quando o avanço anual era de 3,4%, o ritmo de expansão vem diminuindo de forma contínua.
De acordo com o analista do IBGE Cristiano Santos, o setor está 1,1% abaixo do pico registrado em março de 2025. “Setembro retoma a trajetória negativa observada nos meses anteriores”, afirmou. Ele destaca que a inflação e a base de comparação elevada de março contribuem para a estagnação do varejo.
Comparado a setembro de 2024, houve aumento de 0,8%, enquanto o terceiro trimestre mostrou recuo de 0,4% frente ao trimestre anterior. Ainda assim, o comércio permanece 8,9% acima do nível pré-pandemia, alcançado em fevereiro de 2020.
Desempenho por setor
Seis dos oito segmentos analisados pelo IBGE registraram queda em setembro:
- Livros, jornais, revistas e papelaria: -1,6%
- Tecidos, vestuário e calçados: -1,2%
- Combustíveis e lubrificantes: -0,9%
- Equipamentos e material de escritório, informática e comunicação: -0,9%
- Móveis e eletrodomésticos: -0,5%
- Hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo: -0,2%
Cristiano Santos explicou que a venda de livros e papelaria segue em queda devido à migração de parte do consumo para formatos digitais, como o livro eletrônico.
Varejo ampliado
No comércio varejista ampliado — que inclui veículos, motos, autopeças, material de construção e atacado — o indicador teve leve alta de 0,2% em setembro. No acumulado de 12 meses, o avanço é de 0,7%.
Outros setores da economia
A pesquisa faz parte dos levantamentos conjunturais mensais do IBGE. O instituto também apontou que a produção industrial caiu 0,4% em setembro, acumulando crescimento de 1,5% em 12 meses. Já o setor de serviços teve alta de 0,6% no mês e completa oito meses consecutivos de expansão, com aumento anual de 3,1%.

















